Tales: Sem autoridade, Pimenta tem problema do tamanho de um bonde
Com a autoridade questionada e a interferência da primeira-dama Rosângela Silva, a Janja, o chefe da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência), Paulo Pimenta, se vê diante de um grande obstáculo para se manter no cargo, disse o colunista Tales Faria no UOL News desta sexta (13).
Janja tem publicado em suas redes sociais atualizações sobre o estado de saúde de Lula, internado desde segunda (9) após sofrer um sangramento cerebral. O caso evidencia a disputa entre a primeira-dama e a Secom pelo controle da comunicação do governo, principalmente em relação à imagem do presidente.
É inegável a influência de Janja [na comunicação do governo]. Nunca vi ninguém, no governo, em uma empresa ou órgão público, bater de frente com a esposa do chefe e sair ganhando. É derrota na certa. Na pior das hipóteses, o sujeito fica no cargo, mas enfraquecido e resolve abrir mão de tudo.
Paulo Pimenta está com um problema do tamanho de um bonde. Diante da falta de autoridade, o melhor é sair e chegar alguém que diga 'aceito o cargo se for com autoridade; se for sem, eu não aceito'. Aí Lula terá que enquadrar a esposa ou dizer que ela indicará o novo secretário de Comunicação e acabou. Tales Faria, colunista do UOL
Na visão de Tales, a polêmica entre Janja e a Secom é apenas mais uma evidência da necessidade de haver uma reforma ministerial, diante da necessidade de o governo fortalecer sua base no Congresso.
Esse imbróglio tem que acabar. Mas não é só esse. Vários deles estão ocorrendo devido à fraqueza do ministério.
O que esse imbróglio está mostrando é que o ministério do Lula precisa ser reformado. Tem que aparecer novos ministros em condições de fazer funcionar suas pastas e que realmente deem peso político ao presidente no Congresso, problema que ele teve durante todo esse ano. Isso precisa ser resolvido de uma vez por todas. Tales Faria, colunista do UOL
Josias: Toda interferência de Janja na Comunicação será vista como ruído
Qualquer gesto de Janja envolvendo a área de comunicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) provoca reações negativas dentro do governo, afirmou o colunista Josias de Souza.
Hoje, Paulo Pimenta manda em pouquíssima coisa na Secom. Ele cuida da parte de contratos de publicidade e está apitando pouquíssimo. Nem sei o que ele está fazendo ali. Já deveria ter pedido o boné porque não chefia essa área de Comunicação.
Ainda assim, levou uma traulitada do TCU [Tribunal de Contas da União] porque estava querendo fazer uma contratação de empresas para organizar as redes sociais do governo ao custo de quase R$ 200 milhões. O TCU farejou um vazamento de informações e determinou a suspensão dessa licitação.
Sim, a primeira-dama pode fazer o que bem entender nas suas redes sociais e responde por isso. Mas ela não tem a atribuição de meter o bedelho na Secom. Não foi nomeada, não está recebendo e nem tem autoridade para isso. Qualquer interferência que ela faça será vista sempre como um ruído, a menos que Lula a nomeie - e ele pode fazer isso, pois há uma jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
Se quiser, que Lula nomeie Janja como ministra-chefe da Secom. Enquanto ela não for nomeada, qualquer interferência dela nessa área será vista como um ruído, e é o que está acontecendo agora. Muito ruído em uma hora na qual se deveria respeitar a doença do presidente e a necessidade de ele se recuperar rapidamente, sem atribulações. Josias de Souza, colunista do UOL
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