Riquíssimos, liberais e ultrafieis: conheça alguns dos 12 bilionários no topo do governo Trump
Quando se somam as fortunas acumuladas pelos membros da futura administração Trump, chega-se à impressionante cifra de US$ 474 bilhões. "Nada menos que 12 bilionários estão entre eles, embora Donald Trump ainda não tenha finalizado a composição de sua equipe", contextualiza o jornal francês Le Figaro.
Le Figaro explica em seu site nesta segunda-feira (23) que, ao todo, a futura administração Trump deve incluir cerca de 12 bilionários - "ou até mais, já que nem todos os cargos ainda foram preenchidos".
"Somando suas fortunas (e sem incluir os milionários, que também são numerosos), essa equipe de Trump vale US$ 474 bilhões - sendo US$ 447 bilhões apenas para Elon Musk e US$ 6,3 bilhões para o futuro inquilino da Casa Branca", sublinha o diário.
Em janeiro de 2017, quando Donald Trump colocou os pés pela primeira vez na Casa Branca, ele não sabia praticamente nada sobre a capital federal, suas redes de influência, suas regras subliminares e suas armadilhas.
"Ele não apenas teve que enfrentar um aparato estatal que tentou moderar, se não aniquilar, suas frequentes explosões, mas também descobriu que grande parte da elite do Partido Republicano, cujas cores ele havia levado para a eleição, não lhe demonstrou nenhuma consideração e tentou sabotar suas iniciativas", detalha o Figaro.
Em 20 de janeiro, o homem que será empossado como o 47º presidente dos Estados Unidos não será mais o mesmo. "É certo que seus excessos, sua linguagem muitas vezes obscena e suas mudanças de humor não diminuíram. Por outro lado, durante seu primeiro mandato, ele aprendeu como Washington funciona e equacionou as consequências", diz a reportagem.
Lealdade e amadorismo
As personalidades que ele selecionou para ocupar os cargos estratégicos em seu governo foram escolhidas, antes de tudo, com base na lealdade. Outra característica marcante de sua equipe é a ausência virtual de profissionais da política - com exceção do senador da Flórida, Marco Rubio, que será responsável pela diplomacia - "em favor de homens (ou mulheres) de negócios bem-sucedidos", destaca o jornal francês.
Climão em Washington
O formidável acúmulo de dólares ilustra um verdadeiro credo do presidente eleito: o sucesso financeiro. Ex-magnata do setor imobiliário de Nova York, "Trump acredita que alguém que conseguiu ganhar muito dinheiro será mais capaz de administrar o Estado do que a ralé de Washington, sufocada pela burocracia e por procedimentos complicados", aponta Le Figaro.
"Uma população que ele despreza ainda mais, já que 92,5% dos eleitores da capital federal votaram em Kamala Harris contra... 6,6% para ele", completa.
Não há dúvida de que, em 20 de janeiro, Trump acredita que estará chegando em território inimigo na capital federal e que deve se proteger contra a adversidade que o cerca, segundo a reportagem.
A administração mais rica da história
O presidente reeleito pretende impor essa visão muito pessoal do mundo ao aparato estatal assim que assumir o cargo. Para isso, ele nomeou dois de "seus" bilionários, Elon Musk e Vivek Ramaswamy, para chefiar um Departamento de Eficiência Governamental (conhecido em inglês como Doge).
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Quero receber"Musk, o prodígio da tecnologia norte-americana, de 53 anos, nascido na África do Sul, não é estranho aos holofotes. Ele impulsionou a fabricante de carros elétricos Tesla e fundou a empresa espacial SpaceX, que se tornou a principal operadora privada na conquista do espaço", lembra o Figaro.
Vivek Ramaswamy, filho de imigrantes indianos de 39 anos, fez fortuna no setor farmacêutico apostando em biotecnologias. Em fevereiro de 2023, ele participou das primárias republicanas como candidato à Casa Branca. Apesar de um início sensacional na corrida, em que "atraiu a atenção da mídia por suas posições ultranacionalistas e seus apelos aos valores cristãos dos Estados Unidos (ele é hindu), sua campanha rapidamente perdeu força. Ele retirou sua candidatura em janeiro de 2024 para apoiar Donald Trump", sublinha o jornal.
"Nós somos empreendedores"
Em uma espécie de manifesto publicado no Wall Street Journal em 20 de novembro, a dupla delineou o método que pretende aplicar ao aparato estatal. "O presidente Trump nos colocou no comando de um Departamento de Eficiência Governamental para reduzir o tamanho do governo", escreveram eles no preâmbulo. "A burocracia entrincheirada e sempre crescente é uma ameaça permanente à nossa república, e os políticos a incentivaram por muito tempo. É por isso que vamos fazer as coisas de forma diferente. Somos empreendedores, não políticos", celebraram Musk e Ramaswamy.
Ambos pretendem primeiro enfrentar o que chamam de "selva regulatória". "Seu objetivo é purgar a legislação e propor que a Casa Branca revogue um grande número delas (cerca de milhares de regulamentações). "Nesse exercício, eles devem recorrer a advogados especializados em direito administrativo, bem como à inteligência artificial, para esclarecer o assunto e identificar as regulamentações federais que devem ser excluídas com o toque de uma caneta por decreto presidencial", publica Le Figaro.
"Isso libertará indivíduos e empresas de regulamentações ilegais nunca adotadas pelo Congresso e estimulará a economia americana", enfatizaram, na ocasião, Elon Musk e Vivek Ramaswamy.
Bilionária da luta livre
Linda McMahon, 76 anos, que também é bilionária, acumulou sua fortuna com a luta livre. Junto com seu marido Vince, ela fundou e presidiu a World Wrestling Entertainment (WWE), uma empresa próspera que organiza e vende para a televisão lutas de luta livre profissional, um programa muito popular nos Estados Unidos, cujas estrelas são celebridades nacionais.
Em uma mensagem publicada no Truth Social, a rede social que Trump fundou, o presidente eleito norte-americano escreveu: "Linda trará à tona suas décadas de experiência em liderança e seu profundo conhecimento [...] de negócios e educação. [...] Devolveremos a jurisdição sobre a educação de volta aos ESTADOS e Linda será nossa ponta de lança." "Quando Donald Trump escreve em letras maiúsculas, é porque o assunto é muito importante para ele", sublinha Le Figaro.
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