População sem-teto cresce 18% em 2024 nos EUA, mostra relatório

Mais de 770 mil pessoas foram consideradas como sem-teto nos Estados Unidos em 2024, de acordo com um relatório apresentado nesta sexta-feira (27) pelo Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano do país. Os dados representam um aumento de 18% em relação a 2023.

De acordo com o documento, a alta é consequência de um conjunto de fatores. Entre eles, a falta de moradias acessíveis, o crescimento da inflação e o fim dos auxílios do governo implementados durante a pandemia de Covid-19, além do aumento das catástrofes naturais.

O relatório é baseado em dados de várias localidades realizadas em uma única noite, em janeiro do ano passado.

Neste dia, cerca de 150 mil crianças estavam nas ruas - um recorde se comparado a anos anteriores. O número de famílias sem-teto também cresceu 40%, devido ao "impacto particularmente representativo" da imigração, revelam os dados.

Segundo o órgão americano, como as informações foram coletadas há um ano, "não representam a situação atual, afetada pelas mudanças nas políticas e outras circunstâncias". Mas ilustram a desigualdade econômica e social nos Estados Unidos.

Aquecimento global

Os desastres naturais, que estão aumentando com o aquecimento global, também desempenharam um papel importante no aumento do número de pessoas sem-teto, aponta o relatório.

Os Estados Unidos enfrentaram, por exemplo, os furacões Helen e Milton, que devastaram o sudeste do país nos últimos meses e deslocaram muitos moradores.

Outro aspecto ressaltado pelo documento é que há mais negros e afro-americanos na população sem-teto - eles representam 32% da população sem moradia fixa nos Estados Unidos.

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O censo também foi realizado antes de um endurecimento de algumas políticas locais nesta área - uma decisão da Suprema Corte em junho, por exemplo, permitiu às autoridades americanas que punissem os sem-teto que dormiam ao ar livre.

Neste contexto, o governador democrata da Califórnia, Gavin Newsom, ordenou o desmantelamento de acampamentos em áreas controladas pelo estado, onde vivem quase um quarto dos sem-teto do país.

(RFI e AFP)

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