Cúpula sobre IA é oportunidade para Europa em meio à rivalidade entre EUA e China
A França sedia a partir desta segunda-feira (10) uma cúpula mundial sobre inteligência artificial. O encontro de dois dias em Paris reúne empresários, lideranças internacionais e pesquisadores, num momento em que os Estados Unidos e os gigantes americanos da tecnologia intensificam a guerra comercial contra a China e contestam políticas de regulamentação da União Europeia (UE).
De acordo com o jornal Le Monde, a França quer ir além dos riscos ou catástrofes relacionados à inteligência artificial, que dominaram a cúpula de Londres, em 2023. Desta vez, o objetivo é destacar aspectos positivos e oportunidades de negócios, apesar da preocupação sobre o aumento das desigualdades geradas por essas tecnologias.
De acordo com analistas internacionais, a cúpula também é uma oportunidade para a Europa ganhar destaque em meio à rivalidade sino-americana. O jornal Le Figaro destaca a ambição da França de fazer "avançar o diálogo internacional sobre um assunto de relevância para o futuro da humanidade".
Para o presidente Emmanuel Macron, "é agora que devemos acelerar em busca de autonomia, independência e competitividade". A reportagem aborda a concorrência entre o modelo americano de IA desenvolvido pelo ChatGPT e da start-up francesa Mistral.
"Estamos em um momento de ruptura tecnológica no mesmo nível da aparição da impressora ou da internet, com uma questão de soberania e independência", afirma a presidência francesa, citada pelo jornal Le Figaro.
Europa tem papel importante na regulamentação
O diário ainda excreve que a cúpula sobre IA é uma chance para o presidente Emmanuel Macron, enfraquecido politicamente, retomar posição em assuntos de longo prazo e da realidade cotidiana. "Ele sempre se interessou pela tecnologia como instrumento da potência francesa no mundo", destaca o Le Figaro, descrevendo o que seria um "despertar europeu" no mapa mundial.
O jornal Libération aborda como a Europa tem um papel importante na regulamentação das atividades de inteligência artitificial "a serviço da sociedade e não o inverso". A reportagem destaca a necessidade de pesquisas com dados e códigos abertos para permitir o crescimento de tais tecnologias em países em desenvolvimento, assim como a preocupação com a IA durável, ou seja, que respeite o meio ambiente.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.