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O abuso político em shows milionários de Gusttavo Lima, Wesley Safadão e mais | Podcast UOL Prime #28

Do UOL, em São Paulo

25/07/2024 04h00

O podcast UOL Prime, apresentado por José Roberto de Toledo, traz nesta quinta-feira (25) bastidores da reportagem do jornalista Rodrigo Ortega sobre shows milionários com verba pública que viram palanque eleitoral.

Você pode ouvir acima a íntegra do episódio, baseado na reportagem "Cachês milionários em ano eleitoral: a farra dos shows de prefeitura", publicada no UOL Prime — seção com notícias exclusivas e o melhor do jornalismo do UOL.

Os grandes shows de prefeituras costumam ter a mesma atração de abertura: uma comissão de políticos no palco, que trocam elogios e fazem promessas de governo.

"Virou comício. E o que mais me chama atenção: no meio do principal show da noite aparece o prefeito no palco", descreve Ortega.

O apresentador lembra que os "showmícios", com verba pública ou privada, estão proibidos no Brasil desde 2006.

O repórter explica que, quando as candidaturas forem oficializadas, em agosto, esse coro de "já ganhou" pode ser enquadrado como abuso de poder político — uso do cargo para obter vantagem na eleição.

"Obviamente você está consolidando a imagem do prefeito com antecedência. Ele já entra com uma velocidade inicial mais alta que a concorrência", comenta Toledo.

Ortega apresenta a fatura. São R$ 76,9 milhões de verba pública só para os cinco artistas mais bem pagos de 2024 até agora: Gusttavo Lima, Wesley Safadão, Zé Neto & Cristiano, Ana Castela e Nattan.

"A gente comparou com a verba de todos os projetos nacionais de música da Lei Rouanet no mesmo período, de R$ 61,7 milhões. Ou seja: só cinco artistas levam mais que isso", diz o repórter.

O abuso político não é culpa dos artistas. "[Quando procurei os cantores] eles falam várias coisas verdadeiras: a primeira é que eles não têm a responsabilidade de fiscalizar", conta Ortega.

O apresentador se espanta com outro número: R$ 358 milhões gastos em cachês nas festas de São João da Bahia em 2024. Isso só nas 328 cidades que entraram no Painel de Transparência Junino, ação do MP-BA.

"A gente falou, no episódio 26 deste podcast, da crise e da dificuldade de fazer eventos privados", lembra o repórter. "Já no setor público não tem crise", diz Toledo.

O apresentador lembra que estes eventos são importantes para a cultura e até para a economia das cidades — se forem feitos de forma responsável e sem abuso político.

"O que não pode é deixar que isso seja o único gasto cultural da cidade", afirma Rodrigo Ortega.

O podcast UOL Prime é publicado às quintas-feiras no YouTube do UOL Prime, Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music, Deezer e em todas as plataformas de podcast.