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'Caíram na real': Ivete, Ludmilla e o futuro difícil dos megashows | Podcast UOL Prime #26

Do UOL, em São Paulo

11/07/2024 04h00

O podcast UOL Prime, apresentado por José Roberto de Toledo, traz nesta quinta-feira (11) bastidores da reportagem do jornalista Rodrigo Ortega sobre o impacto do cancelamento de grandes turnês e o futuro do mercado de shows após esse choque de realidade.

Você pode ouvir acima a íntegra do episódio, baseado na reportagem "Além de Ivete e Ludmilla: como a bolha de shows estourou no Brasil", publicada no UOL Prime — seção com notícias exclusivas e o melhor do jornalismo do UOL.

Com a volta dos eventos no fim da pandemia de covid-19, a expectativa era alta. "Falava-se do 'efeito champagne', que é o estouro da garrafa com a pressão das pessoas querendo sair de casa", explica Ortega.

"Agora veio a ressaca", diz o repórter. "O mercado do entretenimento virou uma festa, mas a euforia virou cancelamento em massa", resume Toledo.

A crise não se restringe ao cancelamento das turnês em estádios de Ivete Sangalo e Ludmilla. Dezoito festivais já foram adiados ou cancelados no Brasil em 2024.

O repórter falou com produtores experientes, como Dody Sirena, ex-empresário de Roberto Carlos e que já trouxe artistas como Michael Jackson e Guns N' Roses ao Brasil.

Sucessos avulsos e seguidores nas redes não garantem casa cheia, explica Dody. O excesso de exposição na TV e nas redes costuma ter o efeito contrário nas bilheterias.

"Você banaliza a sua imagem. Ninguém vai comprar ingresso para ver alguém que já aparece toda hora", explica o veterano.

Produtores apontam excesso de festivais parecidos entre si e de shows com expectativa irreal de público — e ingressos que passam de R$ 1.000.

Agora todos no mercado "caíram na real", descreve Ortega. Ainda há espaço para megashows, mas os que vão sobreviver são aqueles que trazem algo realmente fora do comum.

A dificuldade é mundial, com preços caros de transporte e mão de obra. Mas profissionais nos bastidores dizem que o Brasil teve uma dificuldade extra com a chegada "agressiva" da produtora 30e, que jogou valores às alturas.

O repórter falou com profissionais que acompanharam grandes turnês da empresa. Os cachês superavam os maiores concorrentes, mas a estrutura deixava a desejar, inclusive de shows de sucesso real, como dos Titãs.

"A partir disso, eles venderam a ilusão de que todo mundo conseguiria lotar estádio", afirma Ortega.

"Tem um comentário bom que ouvi de outro produtor experiente: 'Acho que os dois lados, artistas e produtores, tomaram o mesmo 'chá alucinógeno de achar que iam lotar tantos estádios'."

O podcast UOL Prime é publicado às quintas-feiras no YouTube do UOL Prime, Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music, Deezer e em todas as plataformas de podcast.