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Uma iniciativa do UOL para checagem e esclarecimento de fatos


Haddad não usou Ferrari na campanha; vídeo mostra carona em 2016

Arte/UOL
Imagem: Arte/UOL

Do UOL, em São Paulo

16/10/2018 14h14

Não é verdade que o presidenciável Fernando Haddad (PT) tem uma Ferrari amarela e que usou o veículo para ir ao aeroporto de Congonhas, em São Paulo, durante esta campanha eleitoral. O vídeo que acompanha o boato foi, na realidade, gravado em 2016, quando o então prefeito da capital paulista andou de carona no automóvel durante evento de inauguração de obras no autódromo de Interlagos.

Nas peças de desinformação, compartilhadas nas redes sociais com o vídeo de 30 segundos, é disseminada uma frase com informações falsas: "O candidato dos pobres, chegando ontem a tarde no aeroporto de Congonhas em SP, numa FERRARI que vale R$ 1.800.000,00 (sic)".

Uma busca pelos termos "São Paulo", "Haddad", "Ferrari" e "Interlagos" no Google traz evidências sobre a real circunstância do vídeo com Haddad desembarcando do carro amarelo. A gravação foi feita em 29 de outubro de 2016, quando dois prédios para a infraestrutura do autódromo, gerido pelo município de São Paulo, foram inaugurados.

A inauguração foi reportada por veículos de imprensa (como aqui, aqui e aqui). A Prefeitura de São Paulo também registrou a inauguração em seu site. Fotos do evento estão no Flickr da administração municipal. Na ocasião, Haddad percorreu o circuito a bordo de dois carros da marca Ferrari -- um vermelho e outro amarelo --, sempre de carona. O veículo amarelo também aparece em vídeo institucional da prefeitura.

No último domingo (14), o candidato a presidente pelo PT comentou o boato (ver aqui e aqui). Na declaração de bens entregue pelo candidato à Justiça Eleitoral, não há nenhum automóvel registrado em nome dele.

Versões do boato estão circulando desde o último dia 10, no Facebook e no Twitter. Em algumas postagens, o conteúdo falso foi visto mais de 100 mil vezes. O material também é um dos mais compartilhados no WhatsApp, segundo a ferramenta Monitor de WhatsApp, desenvolvida por pesquisadores da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

O “Boatos.org” e o “Fato ou Fake”, do portal “G1”, já publicaram desmentidos sobre esta informação falsa.

Agora a peça de desinformação foi verificada pela “Gazeta Online”, além do UOL, do “Jornal do Commercio”, do "SBT" e da "revista piauí", todos integrantes do projeto Comprova.

O Comprova é um projeto integrado por 40 veículos de imprensa brasileiros que descobre, investiga e explica informações suspeitas sobre políticas públicas, eleições presidenciais e a pandemia de covid-19 compartilhadas nas redes sociais ou por aplicativos de mensagens. Envie sua sugestão de verificação pelo WhatsApp no número 11 97045 4984.