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Entenda o que pode acontecer com o goleiro Bruno, do Flamengo

Rosanne D'Agostino

Do UOL Notícias<br>Em São Paulo

07/07/2010 11h27

A prisão temporária do goleiro Bruno Souza, do Flamengo, foi decretada na manhã desta quarta-feira (7). Ele é suspeito no desaparecimento da ex-namorada Eliza Samudio. O atleta, que não se entregou, pode entrar com pedido de habeas corpus e nem sequer chegar a ser preso.

O mandado de prisão se estende ao amigo do goleiro, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e à mulher dele, Dayanne de Souza, que foi detida em sua casa, em Belo Horizonte, e conduzida no começo da manhã ao Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa da capital mineira.

Segundo o delegado Edson Moreira, que conduz as investigações em Minas Gerais, a polícia pediu as prisões em razão de obstrução de provas, porque os suspeitos estariam atrapalhando as investigações.

Os mandados de prisão foram decretados em dois Estados. No RJ, a temporária de cinco dias foi decretada pela juíza Fabelisa Gomes de Souza pelo crime de sequestro. Já em Minas a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, 1º Tribunal do Júri de Contagem (MG), autorizou sete prisões temporárias, com duração de 30 dias, prorrogáveis por mais 30.

Além de Bruno e Dayanne, são alvo de mandados de prisão cinco suspeitos de participação no caso: Flávio Caetano Araújo, Wermerson Marques de Souza, conhecido como Coxinha, Elenílson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Salles Camilo.

Os pedidos de prisão foram feitos depois que um adolescente afirmou em depoimento que participou do sequestro e morte de Eliza, junto de Macarrão. O menor disse ter dado uma coronhada na cabeça da vítima com uma pistola que pertenceria ao comparsa. Em razão do depoimento, sua internação provisória também foi determinada pela Justiça.

Caso não se entregue à polícia, Bruno passa a ser considerado foragido, o que ocorre 24 horas após o decreto de prisão. Ele pode entrar com habeas corpus contra cada um dos mandados de prisão. Os pedidos serão julgados pela Justiça mineira e fluminense. A polícia ainda pode pedir a prisão preventiva, esta sem prazo de encerramento.

O advogado Michel Assef, que representa Bruno, já anunciou que pedirá a liberdade de seu cliente ainda hoje, mas disse que não sabe seu paradeiro no Rio de Janeiro. A Polícia Civil realiza buscas desde o início da manhã.

Ainda não existe processo penal contra os suspeitos. Eles podem ser indiciados ao fim do inquérito que apura a morte de Eliza por crimes como sequestro e homicídio qualificado. Em seguida, o Ministério Público decide se apresenta denúncia, o que torna os suspeitos oficialmente acusados pelos crimes. Se a peça for recebida pela Justiça, todos se tornam réus pela morte.

Entenda o caso
A polícia investiga o desaparecimento da estudante Eliza Silva Samudio, 25, ex-namorada do jogador e com quem ele teria tido um filho, hoje com cinco meses. A família afirma não ter contato com Eliza desde o início de junho, quando ela foi convidada pelo goleiro para morar com a criança no sítio do jogador. A Polícia Civil de Minas Gerais recebeu denúncia anônima dizendo que Eliza teria sido “espancada até a morte” no sítio.

Eliza queria provar a paternidade da criança. A mulher atual de Bruno, Dayanne de Souza, teria tentado esconder o bebê com um amigo do goleiro, identificado como "Coxinha". Outro, de apelido "Macarrão", teria levado a criança do RJ, onde vivia com a mãe, para Minas. Ela foi autuada em flagrante por subtração de incapaz.

A criança foi encontrada com conhecidos de Bruno, em uma favela de Contagem, e foi entregue no domingo (27), ao avô materno, Luís Carlos Samudio, 43, que ficará com a criança em Foz do Iguaçu (PR), onde mora. A paternidade é alvo de ação na Justiça do Rio de Janeiro.

Dayanne foi liberada no sábado, por não ter antecedentes criminais e possuir residência fixa. Ela disse à polícia que a criança foi abandonada pela mãe, por isso foi trazida por Macarrão.