Estudo da PF diz que óxi não é "nova droga", mas derivação da cocaína
O rótulo de "nova droga" concedido ao óxi Brasil afora não procede: a substância nada mais é que uma derivação da cocaína, apresentada nas formas de pasta base e base refinada. A constatação está em um estudo divulgado esta semana pela Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, cujo Serviço de Laboratório do Instituto Nacional de Criminalística informou que o entorpecente será tratado, de forma padronizada em todo o Brasil, como "diferente forma de apresentação da cocaína".
O estudo sobre o perfil químico da droga comparou amostras de óxi vindas do Acre, com apoio do programa de Perfil Químico das Drogas (Projeto PeQui) da PF. Foram analisados 20 microtubos da droga, apreendidas pela Polícia Civil entre os meses de janeiro e maio deste ano, e 45 envelopes com amostras de cocaína, resultado de apreensão da PF no Acre entre abril e maio passados. São desse Estado, frisa a PF, os primeiros relatos da existência de óxi, no ano de 2005.
Segundo o laudo assinado pelo perito criminal federal Ronaldo Carneiro da Silva Junior, até mesmo eventuais adulterantes como cal virgem, querosene e gasolina, identificados como próprios do óxi, são os mesmos da cocaína na forma de pasta base. Assim, continua o laudo, o trabalho "não confirmou (como se tem propagado) que tais substâncias seriam adicionadas na formulação do suposto 'óxi' em quantidades significativas".
Sobre os riscos de consumo da droga, o perito os atrelou predominantemente "ao alto teor de cocaína encontrado nas amostras, o qual pode alcançar taxas superiores a 80%, gerando, além de efeitos estimulantes e psicotrópicos mais pronunciados, um maior potencial de dependência e risco de overdose".
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