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Macarrão levou Eliza Samudio para ser morta por amar Bruno, diz advogado do goleiro

Luiz Henrique Romão, o Macarrão, deixa Departamento de Investigações da Polícia Civil - Mastrangelo Reino /Folhapress
Luiz Henrique Romão, o Macarrão, deixa Departamento de Investigações da Polícia Civil Imagem: Mastrangelo Reino /Folhapress

Rayder Bragon

Em Belo Horizonte

13/01/2012 06h00

O advogado do goleiro Bruno Souza afirmou que Luiz Henrique Romão, o Macarrão, braço direito do atleta, teria levado Eliza Samudio para ser assassinada em razão de ter nutrido ciúme dela e por ter desenvolvido sentimento de “amor” ao atleta. O motivo mais forte, elencado por Rui Caldas Pimenta para sustentar a sua tese, seria a tatuagem que Macarrão fez nas próprias costas em homenagem ao goleiro.

“Você já viu um homem gravar (na pele) uma prova de amor como essa a um amigo? Eu estou com 70 anos e nunca vi. Isso é atípico. E, se é atípico, tem um desvio qualquer nisso. É estranho um homem fazer uma declaração de amor a outro como a que ele fez para o Bruno”, disse Pimenta, aludindo a uma tatuagem que Macarrão carrega nas costas e na qual está escrito: “Bruno e Maka. A amizade nem mesmo a força do tempo irá destruir, amor verdadeiro”.

O advogado disse que Macarrão sentia ciúme de Eliza Samudio e ajudou na morte da modelo, com quem o goleiro teria um filho, para “agradar” o jogador. Pimenta ainda afirmou que Luiz Henrique deveria se submeter a exames psiquiátricos forenses para tentar definir a sua preferência sexual.

Segundo a Polícia mineira, a modelo foi executada em junho de 2010 pelo ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, em sua casa, localizada na cidade de Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte. Ela teria sido conduzida ao local por Macarrão e por dois primos de Bruno.   

“O Bruno não gosta, mas parece que ele (Macarrão) tem essa tendência (homossexual). Ele quis, na realidade, agradar o Bruno, ele quis fazer uma surpresa para ele, ou, quando muito, tinha ciúme porque a Eliza poderia estar tomando o seu lugar na cabeça do Bruno”, teorizou.

Ele afirma que seu cliente não tinha motivo para matar a ex-amante, desaparecida desde junho de 2010. Por determinação da Justiça de Minas Gerais, Bruno e mais sete réus vão a júri popular, ainda sem data definida pelo sumiço da moça.

“Ele nunca admitiu ter concorrido para a morte dela. Ele não tinha interesse nenhum nisso. Ele era goleiro de um dos times de maior torcida do Brasil, que ganhava um bom salário e tinha proposta para jogar na Europa. Ele disse a mim que o Macarrão jamais deveria ter feito isso com ele”, afirmou.

Por conta disso, o advogado afirmou que pretende desmembrar o julgamento para o goleiro ser julgado em separado dos demais. Rui Pimenta disse que entrou com recurso especial extraordinário, no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, contra a sentença de pronúncia, que os levou ao júri popular, dada pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do 1º Tribunal do Júri de Contagem (MG), em dezembro de 2010.

“Os responsáveis têm de pagar por esse crime. Os réus que realmente perpetraram esse crime que paguem por ele. Se o Bruno for julgado em separado, ele tem chance de ser absolvido”, vislumbrou.

O advogado disse que aguarda o julgamento de habeas corpus impetrado no Supremo Tribunal Federal (STF) por ele e pelo outro defensor de Bruno, o advogado Francisco Simin, para que o cliente possa aguardar em liberdade o desenrolar do processo.

“Que culpa tem o Bruno de ter tido um secretário com a cabeça desviada e que cometeu um ato insano desses?”, questionou.

O UOL tentou contato com o advogado de Macarrão, mas não o encontrou nos números indicados.

Futebol

O advogado disse ter sido procurado por pessoas ligadas a times de futebol que sondaram com ele sobre a possibilidade de Bruno voltar a atuar no esporte. No entanto, ele não revelou o nome dessas pessoas.

“Logo que ele sair, vai restabelecer a profissão dele. Eu acredito até que, se ele voltar a jogar, tem chance de ser o goleiro da Seleção Brasileira (de Futebol) na Copa do Mundo de 2014”, disse.

Rui Pimenta ganhou notoriedade por defender Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária do empresário Marcos Valério, acusado de ser o operador de esquema que ficou conhecido como mensalão.