Defesa Civil confirma 17 mortos no Rio
O número de mortos no desabamento de três prédios na noite de quarta-feira (26) no centro histórico do Rio de Janeiro subiu para 17 no início da manhã deste sábado (28), segundo informações da equipe de resgate que trabalha no local. Mais dois corpos, ainda não identificados, teriam sido encontrados por volta das 10h15 - o secretário de Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro e comandante do corpo de Bombeiros, Sérgio Simões, não confirmou a informação. Nesta madrugada, o 17º corpo foi localizado por volta da 0h40 e ainda não foi identificado.
Até o momento, a Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro confirma 17 mortos. Segundo o secretário Estadual de Defesa Civil do Rio de Janeiro, coronel Sérgio Simões, a expectativa é encontrar 5 corpos desaparecidos até amanhã. Boa parte do entulho que restou do desabamento já foi levada para um depósito localizado na rodovia Washington Luiz, em Duque de Caxias (Baixada Fluminense). A busca pelos corpos também deve ser feita neste depósito, segundo o coronel Simões. "As pessoas [corpos] estão mimetizadas". Os cães farejadores vão continuar a ajudar nos trabalhos de resgate dos corpos.
A Defesa Civil vai avaliar neste sábado (28) as condições dos prédios vizinhos aos três que desabaram para avaliar se houve danos estruturais ou se a estrutura foi comprometida.
Ao longo da tarde e no início da noite de sexta-feira, as equipes de busca resgataram quatro corpos dos escombros no local da tragédia, situado na avenida Treze de Maio, ao lado do prédio histórico do Theatro Municipal, próximo à praça da Cinelândia.
O corpo da 13ª vítima foi levado embora em meio aos escombros. “Um corpo em estado muito dilacerado saiu do local sem que nós percebêssemos e foi levado ao local destinado aos entulhos. Agora, ele está sendo encaminhado ao IML. Nós conseguimos identificar que é uma mulher por uma das mãos. O corpo não estava queimado, mas com muitos traumas, o que dificultava a identificação”, alegou o secretário da Defesa Civil, Sérgio Simões, que disse que os trabalhadores redobrarão a atenção.
Os corpos das vítimas foram encaminhados para o Instituto Médico Legal para identificação. Até o momento, foram identificados nove corpos -- cinco homens e quatro mulheres: Celso Renato Braga Cabral, 44, Cornélio Ribeiro Lopes, 73, o porteiro de um dos edifícios, sua mulher, Margarida Vieira de Carvalho, 65, Nilson de Assunção Ferreira, 50, Alessandra Alves Lima, 29, Elenice Consani Quedas, 64, Flávio Porrozzi Soares, 34, Luiz Leandro de Vasconcellos (idade não definida), e Kelly da Costa Menezes, 28, que foi reconhecida por familiares, por meio de tatuagens.
Estado de choque
A faxineira Mariana Nascimento, 25, que é afilhada do casal Cornélio Ribeiro Lopes e Margarida Vieira de Carvalho, que morreram no desabamento, esteve hoje no local do acidente e afirmou que ficou em estado de choque quando soube da tragédia.
Mariana já morou no edifício Liberdade --onde viviam seus padrinhos-- durante em curto período, em janeiro de 2003. Segundo ela, era possível observar rachaduras na parte externa do edifício, exatamente no vão que fica próximo ao prédio vizinho, que também desabou. “Existia uma lacuna entre os dois prédios e as rachaduras superficiais podiam ser observadas do lado de fora. O prédio vivia em obras”, relata.
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Mariana conta que Cornélio era cearense e estava no Rio de Janeiro desde 1980. Ele morava no 20° andar e era zelador do prédio. Sua mulher prestava serviços em outro prédio da região.
Reforma é vista como possível causa
Questionado sobre as possíveis causas do desabamento em série, Paes afirmou ontem que ainda não é possível dar "respostas definitivas", porém descartou totalmente a hipótese de explosão por vazamento de gás. "A possibilidade de explosão é quase igual a zero, sendo o zero por minha conta", disse.
"Estamos compilando as informações fornecidas pelos profissionais que estiveram no local, e tudo será checado antes de que tenhamos uma resposta definitiva. Ninguém sabe responder ainda se foi por dano estrutural ou algo do tipo. São várias hipóteses que serão estudadas e analisadas", afirmou.
Crea diz que obras eram irregulares
O presidente da Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes do Conselho Regional de Engenharia (Crea), Luiz Antonio Cosenza, confirmou que estavam sendo realizadas obras no terceiro e no nono andar do edifício Liberdade. Já o engenheiro civil Antônio Eulálio Pedrosa Araújo, consultor do Crea, afirmou ainda que as obras eram ilegais, pois não tinham autorização do conselho.
“Quando o elevador abria no terceiro andar, era possível ver as colunas do prédio sendo marteladas. Eles estavam quebrando tudo”, relembra Teresa Andrade, sócia da empresa BV Cred, correspondente do banco Votorantim, que ficava no 16º andar do prédio. Ela trabalhava no local há três anos e diz que a reforma no terceiro andar acontecia havia seis meses.
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