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Bonde de Santa Teresa só deve começar a operar novamente em 2014; investimento será de R$ 110 milhões

O acidente com bonde em Santa Teresa, no Rio, deixou seis mortos e dezenas de feridos, em 27 de agosto de 2011 - Giuseppe Bizzarri/Folhapress
O acidente com bonde em Santa Teresa, no Rio, deixou seis mortos e dezenas de feridos, em 27 de agosto de 2011 Imagem: Giuseppe Bizzarri/Folhapress

Julio Reis

Do UOL, no Rio

24/02/2012 11h52

Passados quase seis meses do acidente com o bonde de Santa Teresa, o governo do Estado do Rio anunciou nesta sexta-feira (24), em coletiva à imprensa, o projeto de revitalização do sistema de transporte do bairro. A previsão é de que os bondes só passem a funcionar novamente no primeiro semestre de 2014.

O governo pretende reformular todo o sistema com a substituição completa dos trilhos, a aquisição de 14 novos bondes, a troca de toda a rede aérea de cabos e fios e a reforma das estações. A estimativa é de que sejam investidos R$ 110 milhões.

Uma das novidades será a ampliação de pouco mais de 3 km da malha de trilhos para alcançar a antiga estação do Silvestre possibilitando a integração dos bondes com o trem do corcovado.

“Sabemos que o gargalo é a construção dos novos veículos, mas não vamos fazer nenhum tipo de improvisação, o bonde só passa a funcionar novamente com completa segurança”, disse o secretário da Casa Civil do Rio, Regis Fichtner.

Os novos veículos devem possibilitar a acomodação de apenas 24 passageiros, além de motorneiros e auxiliar. Esteticamente devem preservar a identidade visual histórica, mas algumas alterações, como nos estribos e balaustres, foram feitas para impedir que os passageiros se pendurem ou fiquem em pé nos bondes.

Fichtner disse que não haverá um bonde especial para turistas como se cogitava, e que apesar do menor número de assentos, o maior número de bondes permitirá com que os veículos operem num intervalo de tempo de espera menor. Ele acrescentou também que os bondes não devem ser pensandos como um sistema de transporte de massas e que os custos de operação devem ser subsidiados pelo governo.

A Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa (Amast) critica o governo por que acredita que o projeto deveria ser desenvolvido em discussões com a comunidade e usando a engenharia brasileira - os estudos para o projeto de revitalização do bonde foram elaborados com a consultoria da Carris de Lisboa -, para o governo, no entanto, o projeto foi suficientemente discutido e precisa ser tocado.