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Único gorila mantido em cativeiro na América Latina morre em zoológico de Belo Horizonte

Rayder Bragon

Do UOL, Em Belo Horizonte

07/03/2012 13h03Atualizada em 07/03/2012 15h58

O gorila Idi Amim, uma das principais atrações do zoológico de Belo Horizonte, morreu nesta quarta-feira (7), aos 37 anos, vítima de parada cardiorrespiratória, enquanto recebia medicamentos para insuficiência renal crônica e osteoartrite. Ele estava no recinto em que habitava no zoo. Idi Amim era o único exemplar da espécie Gorilla gorilla gorilla em cativeiro da América Latina. 

Segundo boletim da Fundação-Zoobotânica, a idade avançada, associada à ação das enfermidades, fizeram o estado clínico de Idi Amim se agravar "gradativamente nas últimas semanas, não apresentando resposta clínica satisfatória ao tratamento intensivo realizado". A expectativa de vida dos gorilas varia entre 30 e 50 anos. 

Uma necropsia será realizada, e o laudo final com a causa da morte deverá ficar pronto em 30 dias.  

Amim viveu sozinho no local durante 27 anos, até que, no ano passado, recebeu a companhia de duas gorilas da espécie, com idade de 10 e 11 anos. A intenção da prefeitura, ao introduzir as fêmeas no convívio de Amim, foi tentar melhorar a qualidade de vida do macho.

A fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte informara à época não ter sido empecilho a diferença de idade entre Amim e as novas companheiras para a adaptação entre eles. Há relato de gorilas machos reproduzindo, em cativeiro, até os 45 anos, informou o órgão.

Sozinho por 27 anos

  • Suziane Fonseca/Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte

    Idi Amim morreu na manhã desta quarta

O processo da vinda das duas fêmeas se arrastou por anos, e o custeio de todo o trâmite burocrático, além de viagens de intercâmbio entre técnicos dos dois países, foi bancado com recursos da prefeitura e de uma empresa privada.

A parceria foi celebrada entre o zoológico mineiro e a Fundação Aspinall, da Inglaterra, no entanto, os valores não foram divulgados.

Uma reforma nas acomodações de Amim foi feita em 2001, ao custo de R$ 200 mil, ampliou as instalações e colocou à disposição do animal uma área de 2.400 metros quadrados que reproduz a planície da África.

O recinto no qual o gorila vivia passou por outra reforma nos últimos meses, visando ao acolhimento das novas moradoras e melhoria na área de manejo e a construção de um local destinado a períodos de quarentena para animais.

A intenção da Fundação Zoo-Botânica, caso fosse realizada com sucesso a interação entre o trio, era estabelecer um grupo reprodutivo e desenvolver no local um centro de conservação da subespécie, ameaçada de extinção.

De acordo com a fundação, originalmente essa espécie vive nas florestas tropicais africanas em grupos nômades, principalmente em reservas da África Central, em florestas abertas, nas regiões mais baixas e quentes, próximas a rios e alagados.

Idi Amim

O gorila chegou ao zoológico de Belo Horizonte em 1975, proveniente de um zoo francês, em companhia de uma fêmea de nome ‘Dada”. Em 1978, ela morreu por conta de uma infecção generalizada.

Em 1984, o animal recebeu a companhia de uma fêmea cedida pelo zoológico de São Paulo. No entanto, “Cleópatra” já chegou com quadro de desidratação e diarréia, o que provocou a sua morte 14 dias depois da chegada.