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Sindicato revisa adesão e diz que greve atinge dez cidades do Rio; 2,5 milhões são afetados

Julio Reis

Do UOL, no Rio

30/03/2012 13h52

O Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Nova Iguaçu reviu a adesão da greve nesta sexta-feira (30) no Rio e disse que nem todos os 15 municípios onde mantêm bases aderiram à paralisação.  Estão com funcionários de braços cruzados as cidades de Nova Iguaçu, São João de Meriti, Nilópolis, Belford Roxo e Mesquita, na Baixada Fluminense.  A essas se somam os municípios que já estavam parados ontem, na região metropolitana –Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá e Tanguá– totalizando dez cidades.

Segundo o sindicato, os municípios de Paracambi, Miguel Pereira, Engenheiro Paulo de Frontin, Mendes, Rio das Flores, Vassouras, Itaguaí, Paty dos Alferes, Seropédica e Mangaratiba não tiveram adesão confirmada, sendo que em Seropédica, por exemplo, não houve adesão alguma.

A Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro) calcula, ainda assim, que 2,5 milhões de passageiros estão sendo afetados: 1,5 milhão na região de Niterói e 1 milhão na região dos municípios da Baixada Fluminense.

Já o Departamento de Transportes Rodoviários do Rio (Detro) estima que 2,1 milhões de passageiros estejam sendo afetados, sendo 950 mil nos municípios da Baixada Fluminense e entorno e 1,2 milhão na região de Niterói.

“Nas cidades da Baixada Fluminense o nível de adesão à greve é maior. Mas estamos cumprindo a decisão judicial de manter 70% da frota circulando em horários de pico e 40% em geral em todas elas”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Nova Iguaçu, Joaquim Graciano da Silva.

A punição para descumprimento da decisão judicial é uma multa diária de R$ 300 mil contra o sindicato.

Passageiros relatam prejuízos com greve de ônibus

Já a Transônibus, sindicato que reúne as empresas de transporte de Nova Iguaçu, São João de Meriti, Nilópolis, Belford Roxo e Mesquita, divulgou em nota que a frota mínima não tem sido mantida. A avalição feita pela empresa é de que “60% a 65% da frota circulou na parte da manhã, porém, nos primeiros horários, o momento do pico, a oferta não chegou a 40%”.

Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários de Niterói, Rubens dos Santos, a frota mínima foi mantida ontem na região metropolitana. Mas o Setrerj, sindicato das empresas de ônibus que reúne as empresas das cidades envolvidas, disse que ontem circularam apenas 751 coletivos, ou 19,9% do total, e hoje esse índice deve chegar 25% –o que, portanto, não cumpre a exigência da frota mínima.

O Sindicato dos Rodoviários de Niterói disse que há uma audiência de conciliação marcada para o início desta tarde no Tribunal Regional do Trabalho e que agendará nova assembleia para decidir o futuro da greve.

Ambos os sindicatos pedem aumento salarial de 16% e de 50% nas cestas básicas. As empresas, porém, oferecem um aumento de 10% no salário e de 25% nas cestas básicas –proposta que foi aceita nas assembleias de rodoviários do Rio de Janeiro e Duque de Caxias.