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Operação contra radicais islâmicos detém 19 pessoas na França; haverá mais prisões, diz Sarkozy

Do UOL, em São Paulo

30/03/2012 09h28

A Polícia francesa deteve 19 pessoas relacionadas com grupos extremistas islâmicos na madrugada desta sexta-feira (30), semanas após a série de atentados no sul da França que deixou sete mortos. A maior parte dos detidos era de Toulouse, onde aconteceu o massacre em frente a uma escola judaica, e da cidade de Nantes. Também houve prisões na região de Paris e em cidades do sudeste da França.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse que foram apreendidas armas com os suspeitos, inclusive rifles kalashnikov. "Haverá outras operações como a desta manhã, que entre outras coisas nos permitirão expulsar quem não tem que estar na França", declarou o presidente em entrevista à rádio “Europe 1”.

A polícia afirmou que as detenções não têm relação direta com Mohammed Merah, autor dos atentados em Toulouse e Montauban. A operação teria partido da ordem do presidente francês para conduzir investigações mais profundas sobre organizações radicais islâmicas após os massacres de Merah, morto no último dia 22 após um cerco policial que durou mais de 30 horas.

O ministro do Interior, Claude Guéant, declarou que os detidos "são pessoas que afirmam na Internet ser mujahedins (guerreiros islâmicos) e dizem ter uma ideologia extremista radical, de combate". Segundo ele, os suspeitos tinham ainda “treinamento de caráter paramilitar".

O diário francês "Le Figaro" noticiou que as detenções estão relacionadas ao grupo salafista radical Forsane Alizza, dissolvido pelo Ministério do Interior em 29 de fevereiro passado e que tinha sua principal base em Nantes.

A operação desta madrugada foi dirigida pelos serviços de espionagem e contou com agentes especiais do corpo de elite da polícia francesa, o RAID. Segundo a polícia francesa, ainda se está investigando se Mohammed Merah contou com cúmplices para cometer seus crimes. Abdelkader Merah, seu irmão mais velho, está detido sob a acusação de cumplicidade.

Palestrantes barrados

Em entrevista, o presidente Nicolas Sarkozy também justificou a decisão de proibir a entrada no país de quatro palestrantes muçulmanos convidados pela União de Organizações Islâmicas da França para um congresso nos arredores de Paris. Ele afirmou que o país "não quer pessoas que defendem valores contrários à República".

Pesquisas mostram que mais de 70 por cento dos eleitores aprovaram a forma como Sarkozy, que está travando uma difícil batalha pela reeleição, lidou com a crise.