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Manifestação hoje vai lembrar segundo ciclista morto no trânsito de SP em um mês

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

03/04/2012 17h15

A morte de mais um ciclista na cidade de são Paulo será lembrada hoje (3) à noite em uma manifestação marcada para as 20h30 na avenida Pirajussara, zona sul da capital. No local, o ciclista Lauro Neri morreu ao ser atingido por um veículo de passeio. Segundo a polícia, o motorista passou mal após o acidente e precisou ser encaminhado ao Pronto Socorro Bandeirantes. O 34º DP (Vila Sônia) investiga o caso.

A manifestação está sendo divulgada pelas redes sociais, em páginas dedicadas ao debate sobre o cicloativismo. Uma "ghost bike" (uma bicicleta branca) será colocada no local onde o cliclista morreu.

O diretor da Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade), Thiago Benicchio, lembrou que a morte de hoje ocorreu um mês após a da ciclista e bióloga Juliana Dias, 33, na avenida Paulista. Testemunhas disseram à polícia que ela foi fechada pelo motorista de um ônibus, caiu e foi atingida por outro ônibus. O 78º DP (Jardins) indicou o motorista por homicídio culposo (sem intenção de matar).

“O local do acidente de hoje terminou de ser recapeado há dois meses e ainda não tem sinalização vertical e horizontal, obrigatoriedade estabelecida pelo Código Nacional de Trânsito. Além disso, ali seria a maior ciclovia de São Paulo, conforme prometido pela Prefeitura em 2007, com prazo de entrega para 2010 –mas prometer é fácil”, disse Benicchio.

Números da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) apontam que, em todo o ano de 2010, 49 ciclistas morreram no trânsito da capital. O número do ano passado ainda não foi divulgado.

Outros casos

Além da morte de hoje, São Paulo registrou no último dia 2 de março a morte da ciclista, bióloga e cicloativista Juliana Dias, 33, quando trafegava pela Paulista na segunda faixa, próximo à rua Pamplona. Ela foi atingida por um ônibus da linha 478P-10 (Sacomã-Pompeia) e, segundo testemunhas, usava equipamentos de segurança. Seu corpo foi enterrado em São José dos Campos (interior paulista), onde vive a família. Juliana era pesquisadora do hospital Sírio Libanês, para onde ia diariamente de bicicleta, segundo amigos, a partir de sua casa, na Vila Mariana (zona sul).

Em janeiro de 2009, uma outra ciclista também morreu na avenida Paulista após ser atropelada por um ônibus. Márcia Regina de Andrade Prado, 40, era ativista do ciclismo e sua morte gerou uma série de manifestações na região.

Em junho do ano passado, o ciclista Antonio Bertolucci, 68, que era acionista e presidente do Conselho de Administração da empresa Lorenzetti, morreu após ser atropelado por um ônibus fretado na avenida Paulo VI, zona oeste da capital.