Quem foi o tenente da Rota homenageado como herói pela PM de SP

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), oficializou a criação do projeto que estabelece o dia 10 de maio como o "Dia dos Heróis da PM". A nova lei homenageia o tenente Alberto Mendes Júnior, morto em 10 de maio de 1970, durante a ditadura militar.

Quem foi Alberto Mendes Júnior

Nascido em 24 de janeiro de 1947 na capital paulista, Alberto Mendes Júnior foi um oficial da Força Pública do Estado de São Paulo durante a ditadura militar no Brasil. Ele entrou para a Polícia Militar logo que terminou o ginásio. Segundo a corporação, foi alistado em 15 de fevereiro de 1965, após ter sido aprovado em todos os exames e conseguido se classificar no concurso para ingresso no Curso Preparatório de Formação de Oficiais.

Foi declarado Aspirante a Oficial em abril de 1969. No final do mesmo ano, foi "promovido por merecimento intelectual", ainda de acordo com a PM-SP, ao posto de 2º Tenente do 15º BP. Já em fevereiro de 1970, foi apresentado ao 1º BP. Ele era integrante das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar, a Rota.

Chamado de "Português" por colegas de profissão, era descrito como "sempre sorridente".

Missão no Vale da Ribeira. Entre abril e maio de 1970, Mendes Júnior liderou um dos pelotões enviados pela Polícia Militar do Estado para o Vale da Ribeira para investigar denúncias de que haveria na região uma área de treinamento de guerrilhas da Vanguarda Popular Revolucionária.

Morreu aos 23 anos, em 10 de maio de 1970. Segundo a Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), ele foi executado a coronhadas por um grupo de oposição ao governo da época, liderado pelo desertor do exército Carlos Lamarca.

Durante uma emboscada contra um destacamento da Polícia Militar, o então 2º tenente se entregou como refém. A ação foi tomada em troca da liberação de seus homens —vários deles feridos. "Evitando o sacrifício dos seus comandados, falou mais alto o espírito de herói", diz o site da PM-SP.

No entanto, segundo o jornal Folha de S.Paulo, a versão do ato heroico contada pela polícia não seria exatamente verdadeira. Entre as negociações para soltarem os reféns, ficou acertado que o tenente levantaria uma barreira policial. Porém, Mendes Júnior teria levado os guerrilheiros para uma emboscada e, na sequência, teria sido levado para a mata após a desconfiança dos mesmos. Lá, os guerrilheiros se viram em um impasse, já que não podiam soltá-lo, pois ele informaria a posição do grupo. Só então ele foi morto.

O corpo de Mendes Júnior só foi encontrado quatro meses depois. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o velório dele aconteceu no quartel do Batalhão Tobias de Aguiar, no centro da cidade, e reuniu cerca de 10 mil pessoas, que saíram com o caixão dali até o Mausoléu da PM, no Cemitério do Araçá. Depois disso, por decisão da corporação, Mendes Júnior foi promovido a capitão.

Errata:

o conteúdo foi alterado

  • Diferentemente do informado, Alberto Mendes Júnior morreu aos 23 anos, e não aos 27. A informação foi corrigida.

Deixe seu comentário

Só para assinantes