A gente nem se recuperou da catástrofe de 2023, diz prefeito de Muçum (RS)

Antes mesmo de se recuperar da catástrofe de 2023, a cidade de Muçum (RS) voltou a lidar com inundações e deslizamentos provocados pelas chuvas que atingem o Rio Grande do Sul. Com habitantes ilhados, o município depende de helicópteros para o abastecimento, contou o prefeito Mateus Trojam (MDB) ao UOL News desta sexta (3).

A gente de fato revive um drama, que a gente nem se recuperou do drama anterior de 2023, aquelas catástrofes que aconteceram aqui no município, e já estamos novamente passando por uma situação assim.

Qual nossa situação no momento? Estamos ilhados. Não temos acesso ao município e acabamos dependendo de helicópteros para trazer suprimentos principalmente em algumas localidades.

Nossa primeira situação é acessar essas famílias do interior que estão isoladas. Posterior a isso precisamos de ajuda de suprimentos, maquinários, mão de obra. Mateus Trojam, prefeito de Muçum (RS)

Os temporais no Estado já deixaram pelo menos 38 mortos, além de 74 desaparecidos, centenas de moradores ilhados e milhares de desabrigados. Trojam classificou o volume de chuva que atingiu Muçum como "estrondoso".

O agravante desse evento climático foi a questão dos deslizamentos. Nós chegamos a registrar em 120 horas, 748mm de chuva, marcados nos nossos sistemas aqui no município. É um volume estrondoso, extraordinário, histórico. É o maior volume de chuvas em um curto período de tempo da história do município. Isso se agravou com a situação da inundação por conta das águas que vêm de cima, das nossas nascentes e cabeceiras que acabam desaguando aqui no Rio Taquari. Mateus Trojam, prefeito de Muçum (RS)

Não é só construir casas; orçamento do município é inviável para fazer tudo, diz prefeito

A recuperação esbarra no orçamento limitado do município, diz o prefeito.

Para reconstrução do remanejamento de locais nas cidades, são recursos enormes. O município de Muçum tem um orçamento previsto para 2024 de R$ 32 milhões. [Dinheiro] Total, para manter absolutamente tudo. Em setembro tivemos um prejuízo estimado em R$ 231 milhões. É inviável para um município de menos de 5 mil habitantes, pensar em promover todas essas políticas com forças próprias.

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Não é só construir uma casa e colocar as pessoas para morarem. Temos que ter acesso, infraestrutura, pavimentação, terraplanagem, luz, água. São muitas outras variáveis. Além, claro, de oferecer serviços essenciais nessas regiões para que as famílias tenham um mínimo de qualidade de vida. É um processo longo. Mateus Trojam, prefeito de Muçum (RS)

Trojam diz que já havia um mapeamento de áreas de riscos, mas que não é possível trabalhar os problemas isoladamente, já que a bacia do rio Taquari compreende muitas cidades.

Anterior a esse evento, nós já tínhamos toda uma organização, inclusive com reconstrução de algumas áreas de risco extremo e iminente. São aquelas áreas que mesmo aquelas inundações menores, já causam um risco, ou então dependendo da inundação, as pessoas ficam ilhadas e não têm como fugir. São áreas que a gente já tinha essa organização por conta dos fenômenos anteriores. Mateus Trojam, prefeito de Muçum (RS)

Vou ser muito franco: pra gente falar em monitoramento, alertas e prevenção, a gente tem que falar em bacia. O rio Taquari tem suas inundações causadas com fenômenos e com influência de toda bacia, que é muito extensa e envolve mais de uma centena de municípios do estado. Pra gente ter uma política pública eficaz nesse caminho, tem que ser um projeto a nível estadual, talvez até com recursos além do estado, com recursos federais. Mateus Trojam, prefeito de Muçum (RS)

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