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Naufrágio de barco irregular mata três crianças no rio Tocantins

Carlos Madeiro

Do UOL, em Maceió

09/07/2012 13h31

A Marinha e a Polícia Civil abriram investigação para apontar as causas e responsabilidades pelo naufrágio de um barco irregular, ocorrido na última sexta-feira (6), em Ribamar Fiquene (666 km de São Luís). O acidente resultou na morte de três crianças, que não usavam coletes salva-vidas.

O acidente aconteceu no rio Tocantins, na altura do povoado Sumaúma. As crianças –de 6, 3 e 1 ano– estavam acompanhadas da avó no momento do naufrágio, que conseguiu se salvar. Os corpos já foram necropsiados e liberados pelo IML (Instituto Médico Legal) de Imperatriz.

Segundo a Agência Fluvial da Marinha, a embarcação não tinha inscrição, e o piloto não era habilitado para conduzir o barco. “No momento do acidente havia dez pessoas (cinco adultos e cinco crianças) no barco, que só possuía três coletes salva-vidas. Duas crianças usavam o colete, e as três que não usavam se afogaram”, explicou o comandante Hilquias Augusto Santiago de Souza.

“Ter registro na Marinha e habilitação para pilotar é obrigatório. É igual a carro. O piloto foi intimado para prestar esclarecimento à polícia, onde vai correr o inquérito para apurar as responsabilidades penais. Aqui, na Marinha, teremos um processo administrativo. Caso o piloto seja culpado, haverá sanções administrativas, como multas”, explicou.

O comandante afirma que apenas a investigação vai apontar se a embarcação tinha capacidade de transportar dez pessoas. “Seria leviano afirmar agora se caberia ou não, pois não foi feito o cálculo. Mas, empiricamente, diria que numa embarcação de seis metros não caberiam dez pessoas. É comum os ribeirinhos que trabalham na lavoura transportarem suas mercadorias irregularmente, mas não é comum o transporte de passageiros, como foi o caso.”

A Marinha informou que realiza fiscalizações na região e que está com efetivo ampliado desde o mês passado. “Nós fazemos nossas fiscalizações todas as semanas, o que é nossa responsabilidade. Estamos com reforço no período de praias [de junho a setembro, quando aumenta o número de embarcações] para coibir essas irregularidades, reformamos o nosso efetivo, com pessoal que Brasília mandou”, complementou.

Na esfera penal, o caso está sendo investigado pela delegacia regional do município de Montes Altos. O piloto da embarcação já foi ouvido. O inquérito deve ser concluído em 30 dias e será encaminhado ao Ministério Público, que poderá oferecer denúncia contra os responsáveis.