Gilberto Carvalho diz que governo espera bom-senso de servidores em greve
Diante do acirramento da greve de servidores públicos federais, que em alguns setores já passa de dois meses e meio, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse nesta quinta-feira (1°) que o governo espera “bom-senso” e “compreensão” dos grevistas e que, diante da crise, a preocupação é manter o emprego dos trabalhadores que não têm estabilidade.
Carvalho reiterou o argumento de que a greve foi convocada antes do posicionamento formal do governo sobre a possibilidade de reajustes ao funcionalismo.
“O Ministério do Planejamento segue conduzindo as negociações conforme foi combinado. Então, tenho esperança de que prevaleça o bom senso e de que haja compreensão de que o momento, no mundo, exige muito cuidado nosso e que os funcionários levem em conta que não se pode fazer uma greve antes de ter uma palavra final do governo. Estranhamos esse processo de greve sem que nós tenhamos nos posicionado ainda”, disse.
Apesar de não ter apresentando uma negativa oficial às reivindicações de reajuste, o governo tem sinalizado que não autorizará aumento de gastos diante do cenário de crise financeira internacional. Para o ministro, agosto é um mês de “estudo e análise” e que o governo não quer arriscar oferecer propostas que não possa bancar.
Apesar de repeitar o movimento dos servidores, Carvalho afirmou que o governo está preocupado com os empregos de trabalhadores que não têm estabilidade e que estão sob risco de demissões em massa em setores como o da indústria automobilística.
“Temos que nos preocupar muito com o emprego daqueles que não têm estabilidade. Toda a nossa sobra fiscal, o espaço fiscal, nós estamos procurando empregar para estimular a indústria, a agricultura, os serviços, o comércio, porque esses que nos preocupam mais”, disse.
Em assembleia hoje, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef) decidiu convocar para o dia 9 deste mês manifestações nacionais das categorias em greve para pressionar o governo. Os grevistas esperavam uma proposta do Ministério do Planejamento até ontem, 31 de julho, mas a negociação só deve ser retomada entre dias 13 e 17 deste mês. De acordo com os servidores, há urgência na definição dos reajustes porque a partir de 30 de agosto não será possível fazer modificações na previsão orçamentária para 2013.
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