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Vizinhos de juíza morta dizem ter reforçado segurança e deixado de receber visitas

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

12/08/2012 06h00

A morte da juíza Patricia Acioli, assassinada com 21 tiros na porta de casa no dia 11 de agosto do ano passado, ainda repercute com frequência entre os moradores de Jardim Imbuí, sub-bairro de Piratininga, em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Assustados com a brutalidade do crime, muitos resolveram instalar câmeras de segurança e alarmes em suas residências.

Nos acessos a Jardim Imbuí, 16 câmeras de vigilância registram a movimentação de veículos e pessoas, e as imagens são monitoradas em tempo real por uma guarita instalada na entrada principal do sub-bairro. A associação de moradores contratou uma firma de segurança, cujo nome não foi divulgado, para se responsabilizar pelos trabalhos.

"Eles [da associação de moradores] fazem reuniões todo mês para discutir o que pode melhorar na segurança. A gente paga uma taxa. Agora tem mais policiamento, os carros da PM circulam por aqui todo dia, e algumas câmeras foram instaladas", afirmou Isadora Silva de Souza, 18, que mora exatamente ao lado da residência da vítima.

A irmã dela, de apenas cinco anos, ainda não superou o trauma: "Ela não gosta nem de olhar para as janelas da casa. Ela diz que costuma ver a imagem da juíza", disse.

Isadora afirmou que os seus amigos deixaram de visitá-la por causa da repercussão do crime. "A gente fez uma festa e meus amigos se recusaram a vir. Eles ficavam falando que aqui era uma área de risco, mas isso não é verdade. O que aconteceu foi um fato isolado."

Também morador da região, Jairo Aguiar, 84, disse que os policiais militares do 12º BPM (Niterói) fazem uma ronda diária em Jardim Imbuí, sempre às 17h. O filho dele, Jairo Aguiar Júnior, 42, afirmou não ter percebido tantas alterações na rotina dos moradores da região, mas considera que o crime "traumatizou" a população local, já que o sub-bairro sempre foi considerado pacato.

A opinião de Hélis Fernandes Lagoa, que tem 69 anos e sempre morou em Jardim Imbuí, é bem diferente. Ele afirmou à reportagem do UOL que o local "não tem segurança nenhuma". "Continua tudo a mesma coisa. Aquela guarita lá na frente não vale nada, é apenas um enfeite. Em 69 anos, nunca tinha visto nada parecido aqui [referindo-se ao assassinato de Patricia Acioli]. E não foi por conta disso que alguma coisa mudou."

A reportagem tentou visitar a sede da associação de moradores para comentar o assunto, porém ninguém foi encontrado no local. Por telefone, o presidente da associação, Renan Lacerda, não foi localizado.