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Crea fiscaliza obra onde operário foi atingido por vergalhão e aponta falhas na segurança

Quadro de saúde de operário que teve o crânio atravessado por um vergalhão é estável - Divulgação
Quadro de saúde de operário que teve o crânio atravessado por um vergalhão é estável Imagem: Divulgação

Júlio Reis

Do UOL, no Rio

17/08/2012 18h11Atualizada em 17/08/2012 19h31

Uma vistoria realizada nesta sexta-feira (17) pelo Crea-RJ (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio) apontou que a construção onde o operário Eduardo Leite, 24, sofreu um acidente com o vergalhão que atravessou sua cabeça, não seguia os procedimentos corretos de segurança.

Segundo o vice-presidente da entidade, Jaques Sherique, a elevação dos vergalhões vinha sendo feita de maneira inadequada, sem seguir todas as normas de amarração e disposição do material. Além disso, o operário estava trabalhando em local indevido.

“Ele estava num lugar indevido, onde não deveria estar. Pedimos que fosse repetido o procedimento hoje e, do modo como estava sendo feito, o acidente poderia acontecer outra vez. Constatamos também que os operários que trabalhavam na laje usavam cinto de segurança, mas não o colete guarda corpo, o que também é uma infração” disse Sherique.

De acordo com o Crea, a engenheira responsável pela obra está também encarregada pela segurança, o que não é recomendável. Ela deve prestar depoimento no órgão para esclarecer as falhas nas normas de segurança.

A empresa responsável pela obra, a construtora PDG, disse que lamenta o ocorrido e que está prestando assistência ao operário e a sua família. Afirma ainda que o operário “utilizava todos os equipamentos de proteção individual”. “A empresa reitera que a suspensão dos vergalhões foi feita com os equipamentos adequados e que a obra segue todos os padrões de segurança, contando com equipe de engenheiros de segurança”, afirmou a empresa, por meio da assessoria de imprensa.

Quadro de saúde é estável

Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde do Rio, o operário está lúcido e seu quadro de saúde é estável. Ele não aparenta ter ficado com sequelas e está tomando antibióticos para evitar infecções. Ainda não há previsão de alta do Centro de Tratamento Intensivo.

Eduardo Leite deu entrada consciente e falando no Hospital Municipal Miguel Couto, na zona sul do Rio na quarta-feira (15). Ele foi submetido a cirurgia que durou cinco horas. Na operação o objeto foi retirado e a região atingida foi reconstituída.

O vergalhão caiu do quinto andar de um edifício em construção em Botafogo, também na zona sul da capital fluminense. O operário usava capacete, mas o equipamento não conseguiu conter o peso da barra de ferro, que transpassou a cabeça do trabalhador.