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Juíza multa em R$ 18,7 mil advogados de Bola que abandonaram o júri

Guilherme Balza

Do UOL, em Contagem (MG)

20/11/2012 09h43

A juíza Marixa Fabiane multou em R$ 18.600 cada um dos três advogados defesa de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, por terem abandonado na sessão de ontem (20) do júri. O advogados são: Ercio Quaresma, Fernando Magalhães e Zanone Oliveira. 

De acordo com a magistrada, o abandono do julgamento “configura falta de ética profissional” dos advogados. O cálculo da multa levou em conta, segundo Marixa, “o vultoso gasto do Tribunal de Justiça para realizar o julgamento” e “o gasto de tempo do juiz e da equipe de serventuários” que trabalham no júri.

Bola era um dos cinco réus que seriam julgados pelo desaparecimento de Eliza Samudio, ex-namorada do goleiro Bruno Fernandes, no Fórum de Contagem (Grande Belo Horizonte).

Ontem, no primeiro dia do julgamento, a defesa dele questionou o tempo, de 20 minutos, concedido pela magistrada para que cada advogado apresentasse os requerimentos preliminares.

Após Marixa não ceder mais tempo, Ercio Quaresma anunciou que abandonaria a tribuna, o que fez algumas horas depois, após mais tumulto.

Bola não aceitou que um defensor público fosse constituído para a sua defesa, e agora seu julgamento deverá ocorrer em outra data, caso não haja nenhuma reviravolta de seus advogados.

VEJA O O QUE SERÁ APRESENTADO NO JULGAMENTO DOS ACUSADOS

RÉUACUSAÇÃOO QUE DIZ O MPO QUE DIZ A DEFESA
BRUNOResponde pelos crimes de sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáverMentor e mandante da morte de Eliza, ameaçou-a de morte durante a gravidez. O goleiro determinou que Eliza fosse sequestrada e levada a sua casa, no Rio de Janeiro. Acompanhou o deslocamento de Eliza, já sequestrada e ferida na cabeça após receber coronhadas, para MinasNega a existência do crime. Eliza não foi morta porque não há corpo. Anteriormente, havia reconhecido a morte de Eliza, mas sem a participação, concordância ou o conhecimento do goleiro. A atribuição do crime havia sido dada a Macarrão, insinuando que o ex-braço direito nutria um “amor homossexual” pelo jogador
MACARRÃOResponde pelos crimes de sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado, e ocultação de cadáverTambém ameaçou Eliza durante a gravidez e foi o responsável pelo sequestro da moça no Rio de Janeiro. Foi o motorista do carro, com Eliza e o filho, na viagem para Minas Gerais. Dirigiu o veículo que transportou a moça até a casa de Bola. Amarrou as mãos de Eliza e desferiu chutes nas pernas da moçaNão existem provas materiais do crime de homicídio. Ele declarou que, Para evitar “especulações”, não adianta detalhes da estratégia de defesa a ser adotada
BOLA*Responde pelos crimes de homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáverExecutor de Eliza, estrangulou a jovem dentro de casa, em Vespasiano. Esquartejou o corpo da mulher e atirou uma das mãos a cães rottweiler. Foi incumbido de desaparecer com o corpoNega as acusações e afirma que apresentará “prova cabal” aos jurados, durante o julgamento, da inocência de Bola
DAYANNEResponde pelos crimes de sequestro e cárcere privado da criançaParticipou da “vigilância” feita sobre Eliza e o filho no sítio do goleiro em Esmeraldas, apontado pela polícia como o cativeiro de Eliza antes de sua morte. Sabia do plano para matar a ex-amante do jogador. Tentou desaparecer com o filho de Eliza, localizado posteriormente pela polícia em Ribeirão das NevesNega que Dayanne soubesse do plano para matar Eliza, ela apenas cuidou da criança depois de um pedido do ex-marido. Sobrevivência do filho de Eliza se deu graças a Dayanne
FERNANDAResponde pelos crimes de sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho delaOutra ex-amante de Bruno, auxiliou Macarrão a manter Eliza dentro da casa do goleiro no Rio antes da viagem para Minas. Cuidou do filho de Eliza nesse período e acompanhou Bruno e Macarrão na ida para Minas. Sabia da intenção do grupo de matar ElizaÉ inocente, não sabia de nenhum plano para matar Eliza. Não presenciou um cenário que remetesse ao crime atribuído a ela. A viagem a Minas Gerais com o goleiro havia sido programada um mês antes do crime. Não notou ferimentos em Eliza
  • * Os advogados do acusado abandonaram o julgamento. Como Bola recusou a indicação de um defensor público, ele deverá ser julgado em outro momento