Em 2011, dois terços dos casos de violência contra mulher foram presenciados pelos filhos
Em 66,1% dos casos registrados na Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) em 2011, os filhos da vítima presenciavam a violência sofrida pela mãe. Mais de 42 mil mulheres com filhos denunciaram algum tipo de agressão no ano passado. O dado foi levantado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na amostra Síntese de Indicadores Sociais, divulgada nesta quarta-feira (28).
Ainda na relação dos filhos com a violência, foi contatado pelo instituto, com base em dados da Secretaria de Políticas para as Mulheres, que 19,4% (cerca de 8.000 pessoas) dos filhos também eram vítimas das agressões e apenas 14% (6.157) não presenciaram nem sofreram violência de qualquer tipo.
A Central funciona com atendentes capacitadas em questões de gênero, nas políticas do governo federal para as mulheres, nas orientações sobre o enfrentamento à violência contra a mulher e, principalmente, na forma de receber a denúncia e acolher as mulheres.
Em 2011, foram relatados no total quase 75 mil casos de violência contra a mulher, seja física (61,3%), psicológica (24%) ou moral (10,9%). Na maioria dos relatos (74,6%), o agressor era o companheiro, cônjuge ou namorado da vítima, seguido por ocorrências envolvendo ex-namorado ou ex-marido (16,3%).
Características percentuais dos registros de violência relatados ao Ligue 180 em 2011
Fonte: Secretaria de Políticas para as Mulheres
Ainda de acordo com levantamento do Ligue 180, a mulher se relacionava com o agressor havia pelo menos dez anos em 40,6% dos casos, sendo que em 38,9% do total, a violência ocorria desde o início da relação e em 58,6% das ocorrências, a frequência era diária. Em mais da metade dos casos (52,9%), as mulheres percebiam risco de morte devido às agressões.
2,7 milhões de atendimentos em seis anos
Em agosto, quando a Lei Maria da Penha completou seis anos de existência, o Disque 180 registrou 2,7 milhões de atendimentos de 2006 a 2012. Desse total, 329,5 mil (14%) eram relatos de violência contra a mulher enquadrados na lei. A maioria (60%) foi de pedidos de informação.
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