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Obras em porto de Eike no Rio têm alojamentos impróprios, segundo Ministério do Trabalho

Imagem ilustrativa do complexo industrial do Superporto do Açu, do grupo EBX, no Rio - Divulgação
Imagem ilustrativa do complexo industrial do Superporto do Açu, do grupo EBX, no Rio Imagem: Divulgação

Do UOL, no Rio

29/11/2012 16h01Atualizada em 29/11/2012 19h53

Alojamentos de operários que trabalham para a empresa Acciona, terceirizada pela OSX, do bilionário Eike Batista, na construção do Porto do Açu, na região norte do Estado do Rio de Janeiro, apresentam condições impróprias, segundo fiscalização do Ministério do Trabalho realizada na quarta-feira (28).

De acordo com denúncias feitas pelos sindicatos da categoria, falta água nos alojamentos e há muita sujeira, o que colocaria em risco a saúde dos trabalhadores. Os operários chegaram a parar por dois dias com o objetivo de exigir melhorias. O Ministério do Trabalho estuda a possibilidade de multar a prestadora de serviço --não há definição quanto ao valor.

O porta-voz da Acciona, Olivier Ricard, afirmou ao UOL que a empresa "assume suas responsabilidades", e que o transtorno teria sido provocado por uma falta de comunicação entre a Acciona e uma outra empresa terceirizada pela OSX.

"Estamos tomando as medidas adequadas e previstas pelo Ministério do Trabalho para sanear e regularizar a situação", disse Ricard. De acordo com ele, uma equipe foi deslocada para "assessorar a gestão" do porto e evitar que esse tipo de problema volte a acontecer.

"Problemas relacionados à limpeza, comida e fornecimento de água já estão sendo resolvidos para que esse alojamento fique em situação digna", completou Ricard. A Acciona pretende ainda finalizar a construção de novos alojamentos, que terão cerca de 300 vagas.

Em acordo com os sindicatos, a empresa também afirmou ter a intenção de facilitar a demissão dos funcionários que não desejarem permanecer no local. Ônibus serão disponibilizados para que os operários retornem às cidades de origem, sendo a maioria no Nordeste.

A OSX, que espera fazer do Porto do Açu o terceiro maior porto do mundo, afirmou ter solicitado "imediata resposta da construtora Acciona, conforme o contrato vigente" e aos compromissos com "o respeito às normas de saúde, segurança e o bem-estar dos trabalhadores". Em nota, a empresa de Eike Batista disse ainda repudiar "qualquer prática ou atitude contrária aos rigorosos padrões de sustentabilidade do Grupo EBX", e exigir "medidas cabíveis para a regularização da situação".

"A OSX oferece condições dignas de trabalho, alimentação e alojamento aos seus colaboradores e exige que seus fornecedores adotem a mesma postura. Os padrões de saúde e segurança adotados pela OSX asseguraram que os funcionários da obra da OSX tenham conquistado a marca de 4.000.000 de horas-homem sem acidente com afastamento", completou a OSX.