Creches e corredor de ônibus são anunciados em primeira parceria entre Governo de São Paulo e Prefeitura

A construção de 20 novas creches, a implantação de um corredor de ônibus na avenida Jacu-Pêssego (zona leste) e a expansão das atividades de policiais militares da "Operação Delegada" foram as primeiras medidas anunciadas nesta terça-feira (22) pela parceria entre a Prefeitura de São Paulo e o governo estadual.

Principal promessa de campanha do prefeito Fernando Haddad (PT), o bilhete único de R$140 mensais, contudo, não teve uma solução final apresentada no encontro de hoje --a medida depende de estudo de impacto financeiro que está sendo feito pela Companhia do Metropolitano (Metrô-SP).

Participaram da reunião de trabalho no Palácio dos Bandeirantes (sede do governo paulista) o governador Geraldo Alckmin (PSDB), o prefeito e os respectivos secretários estaduais e municipais. O encontro de pouco mais de uma hora estabeleceu ainda ações nas áreas de habitação, infra-estrutura urbana e saneamento básico.

O grupo de trabalho entre os dois governos terá reuniões periódicas --a próxima será na prefeitura --e terá na coordenação o secretário estadual da Casa Civil, Edson Aparecido, e o secretário municipal de Governo, Antônio Donato.

Obra viária e creches

Segundo o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, o corredor da avenida Jacu-Pêssego, com custo total de R$ 137,5 milhões, só deve ficar pronto no final do ano que vem. A obra será licitada no próximo semestre e ligará a região do ABC, a partir de São Mateus (zona leste), a Guarulhos. "Temos agora um projeto básico, mas ele será detalhado ao longo deste primeiro semestre para ser licitado no segundo [semestre]", disse o governador.

Já para a construção das 20 novas creches, às quais serão destinados R$ 46 milhões pelos dois governos, a reunião de hoje definiu a criação de um grupo formado por membros das secretarias municipal e estadual de Educação os quais percorrerão a capital para identificar locais em que as creches possam ser implantadas.

A área concentra um deficit de pelo menos 170 mil vagas apenas na capital paulista.

Outras ações

Outras ações anunciadas na reunião de hoje foram a cessão de um terreno, pelo município, para a construção de um piscinão coberto na avenida Luiz Anhaia Mello, e a adesão da prefeitura a uma PPP (Parceira Público Privada), da qual o governo estadual já é pate, para construção de prédios de habitação popular na região central da cidade.

Ao todo, conforme o governo, serão R$ 140 milhões destinadas a 2.230 unidades habitacionais, por meio da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), em prédios nos quais os andares inferiores terão uso comercial.

Haddad afirmou que o poder público municipal destinará R$ 20 mil por unidade, na PPP patrocinada pelo Estado e já em fase de finalização do edital de concorrência. Os recursos são estaduais e federais, por meio do programa Minha Casa, Minha Vida.

"A expectativa é que ao menos mais 50 mil pessoas voltem a morar no centro; é um impacto social e urbano importante", classificou o prefeito.

Segurança Pública

Na área da segurança, os dois governos defiriram que policiais militares da "Operação Delegada" -- em que PMs atuam na fiscalização do centro fora do horário de serviço-- atuem também em atribuições do município. Isso deverá ser feito a com o apoio de PMs em áreas como a fiscalização do comércio irregular, na qual já atuam.

"Fiz uma visita ao comandante da PM e pedi a ampliação desse escopo de atuação para atuar em áreas onde se faça mais necessária a presença dos policiais até para aumentar a sensação de segurança da população. Ficaram de nos entregar uma proposta de trabalho", concluiu o prefeito. "Temos a disposição em ampliar esse escopo", respondeu o governador, sem, contudo, detalhar se o efetivo de PMs será ampliado.