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Após chuva forte, 12 t de peixes morrem na lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio

Carolina Farias

Do UOL, no Rio de Janeiro

13/03/2013 12h35Atualizada em 13/03/2013 16h46

A lagoa Rodrigo de Freitas, localizada em área nobre da zona sul do Rio de Janeiro, amanheceu coberta de peixes mortos nesta quarta-feira (13). Ao menos 12 toneladas já foram recolhidas desde terça-feira (12) pela Comlurb (Companhia de Limpeza Urbana) e Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que monitora a operação de retirada dos peixes.

De acordo com a secretaria, a mortandade é causada por um conjunto de fatores: as águas das fortes chuvas que atingiram a cidade nos últimos dias levaram matéria orgânica para a lagoa, e esse material usou todo o oxigênio dissolvido na água para se decompor. O índice de oxigênio chegou a zero na água e causou a mortandade dos peixes.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente continua o monitoramento na lagoa Rodrigo de Freitas e, por volta das 15h, a situação melhorou e o nível de oxigênio dissolvido na água passou de zero para três. O secretário da pasta, Carlos Alberto Muniz, diz que a superpopulação de peixes da lagoa, principalmente da espécie savelha, que teve período de desova no fim de fevereiro, também favoreceu a mortandade.

"A única coisa que poderíamos ser mais proativos era na diminuição da população de peixes. Essa superpopulação colaborou, além das condições adversas, como as duas chuvas fortes nessa semana", afirmou Muniz.

Ele afirmou que, para o próximo ano, entre os meses de janeiro e março, a secretaria vai estimular a pesca na lagoa, em uma ação com a comunidade de pescadores da área, além da Secretaria de Esporte e o Ministério da Pesca.

A secretaria afirma que a lagoa Rodrigo de Freitas é monitorada 24 horas por dia e, a cada hora, uma boia que fica no meio da lagoa emite boletins que são analisados em tempo real. A população tem acesso a essa informação diariamente, no site da secretaria e na própria lagoa, já que bandeiras de cores verde, amarela e vermelha indicam a qualidade.

Cinturão

Desde 2007, a Cedae (Companhia Estadual de Água e Esgoto) realiza o programa Lagoa Limpa, com uma série de obras de saneamento na região, totalizando investimentos de R$ 148 milhões para eliminar o lançamento de esgotos na lagoa. Como parte do programa, foi feito um "cinturão sanitário" com 3,9 km de rede coletora de esgoto, uma galeria de cintura ao redor da lagoa (que capta inclusive esgoto clandestino lançado nas galerias de águas pluviais) e a reforma e modernização das oito elevatórias de esgoto que bombeiam toda a carga orgânica para o emissário de Ipanema.

Nesta quarta, a Cedae vistoriou as redes e as elevatórias de esgotos da região e não foi encontrado nenhum vazamento ou problema elétrico ou mecânico em nenhum dos equipamentos.

Três catamarãs com 104 funcionários da Comlurb retiram os peixes, a grande maioria das espécies sevilha, manjubinha e acará, mais sensíveis às mudanças de condições do ambiente aquático, de acordo com a secretaria.