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No Rio, macaco-prego de R$ 50 mil faz sucesso com as crianças

Carlota, macaca-prego à venda por R$ 50 mil no Rio - Reprodução/Facebook
Carlota, macaca-prego à venda por R$ 50 mil no Rio Imagem: Reprodução/Facebook

Julia Affonso

Do UOL, no Rio

15/03/2013 17h52

Em uma pet shop de um shopping na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, uma moradora vale bem mais do que o aluguel de um espaço no local, avaliado em cerca de R$ 3.000, segundo a administração. Carlota tem 50 centímetros de altura, pesa menos de 1 kg, cinco meses de vida e está sendo vendida por R$ 50 mil.

A macaca-prego chegou à loja há três meses, vinda de um cativeiro.

Segundo o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), a comercialização desta espécie é legal, desde que o animal seja nascido em criadouro e tenha comprovação de origem, com nota fiscal e número de série.

“Estamos há 20 anos no mercado, temos toda a documentação, é tudo legalizado. A Carlota faz o maior sucesso com as crianças, porque ela ainda é um bebê. Faz caras e bocas, pega na mão, é muito dócil”, conta o tratador e funcionário da pet shop, Sydney Martins, que afirma ter como cliente o atacante do Corinthians, Emerson Sheik. “ele comprou a macaca dele com a gente”.

Carlota, que não é uma homenagem à Joaquina, ex-imperatriz do Brasil durante o século 19, passa o dia na loja e dorme na casa da proprietária do pet shop à noite. Como ainda é lactante, tem cuidados de um bebê.

“Quem chega na loja estranha quando vê a gaiola sem água e sem comida. Como ela é lactante, toma só leite, e na mamadeira. A gente usa lenços umedecidos para limpar o cocô e passa pomada também, para ela não assar com a fralda”, conta Martins.

Segundo ele, não é sempre que a loja tem macacos-prego para vender. Como a reprodução desta espécia ocorre uma vez ao ano, com uma única cria, gêmeos são raros, cujo período de gestação é de cerca de seis meses, há intervalos de cerca de três anos sem macacos-prego na loja.

Já os saguis, há três para venda no pet shop, que não são raros, saem por R$ 4.000 cada um.

“O preço do macaco-prego é elevado também para selecionar quem vai comprar. O futuro dono da Carlota precisa ser uma pessoa que tenha condições de dar um local grande para ela morar e brincar, além de uma boa alimentação”, explica o tratador.

De acordo com o Ibama, não há um tamanho mínimo para se criar os animais silvestres comercializados. Eles seguem a mesma lei que rege qualquer outro bicho, a dos maus tratos. Os donos precisam dar aos animais condições mínimas de vida, alimentação e cuidados.

“Os macacos-prego são super inteligentes e ativos. É como cuidar de uma criança. Você tem que dar espaço para ficar, brincar e se movimentar. Se for tomar banho, ele pode morder um fio ou comer algo que não deveria. Tem que se resguardar”, afirma Martins.