São Paulo é a capital mais dependente de transporte individual, diz estudo
Embora São Paulo tenha a maior rede de metrô do país, com 74,3 km, a cidade possui o maior percentual de viagens em veículos motorizados individuais, segundo o estudo “Acompanhe a Mobilidade”, publicado nesta terça-feira (2) no portal Mobilize Brasil (www.mobilize.org.br). O levantamento indica que 30% do total de deslocamentos diários na capital paulista é feito em carro ou moto.
PERCENTUAL DE VIAGENS INDIVIDUAIS MOTORIZADAS
Cidade | Percentual |
São Paulo | 30% |
Cuiabá | 29% |
Curitiba | 27% |
Porto Alegre | 25% |
Belo Horizonte | 25% |
Natal | 19% |
Salvador | 14% |
Rio de Janeiro | 13% |
A pesquisa avaliou indicadores de mobilidade urbana de 15 capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Goiânia, Salvador, Recife, Natal, Fortaleza, Goiânia, Campo Grande, Manaus e Brasília).
No item que trata do uso de veículos individuais motorizados, foram ranqueadas oito capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre, Curitiba, Natal e Cuiabá).
Depois de São Paulo, as capitais mais dependentes do transporte individual são Cuiabá (29%) e Curitiba (27%). O Rio de Janeiro detém o menor percentual (13%). Salvador tem 14%)e Natal, 19%.
O Rio é também a cidade com a terceira maior rede de metrô do país (40,9 km), atrás de São Paulo e de Brasília (42 km). A região metropolitana do Rio possui a maior rede de trem (270 km), seguida de São Paulo (260,7 km) e Natal (56 km).
Segundo o estudo, os dados sobre o uso de transporte individual foram fornecidos pelas prefeituras das cidades citadas.
O portal Mobilze Brasil foi criado pela ONG Associação Abaporu e recebe patrocínio do banco Itaú.
Tarifa de ônibus
O levantamento apurou que Manaus é capital onde os gastos com a passagem de ônibus mais pesa no bolso do trabalhador. Segundo o estudo, o salário médio mensal dos moradores da capital amazonense (R$ 932) permite comprar 332 passagens de ônibus por mês --o custo da passagem é de R$ 2,75.
Salvador tem o segundo pior desempenho neste item: a renda média mensal do trabalhador soteropolitano (R$ 1.126) equivale a 402 tarifas de ônibus (R$ 2,8). Em seguida, aparece Campo Grande, onde o trabalhador recebe, em média, R$ 1.231 por mês, o que lhe permite comprar 432 passagens a R$ 2,85.
O melhor desempenho entre as 15 capitais analisadas foi o de Brasília, onde com o rendimento médio mensal (R$ 2.832) é possível comprar 1.049 passagens de ônibus, que custa R$ 2,70. Na sequencia aparecem Florianópolis (777 passagens) e Porto Alegre (693).
A ONG levou em conta dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre o rendimento médio do trabalhador e informações das prefeituras sobre o preço das tarifas.
Ciclovias
De acordo com o levantamento, o Rio de Janeiro é disparado a capital que mais possui vias adequadas para a circulação de bicicletas, com 300 km de estrutura cicloviária, seguida por Brasília (160 km), Curitiba (127 km) e Campo Grande (79 km).
Rede cicloviária
Posição | Cidade | Km |
1º | Rio de Janeiro | 300 |
2º | Brasília | 160 |
3º | Curitiba | 127 |
6º | São Paulo | 69,8 |
11º | Cuiabá | 15 |
12° | Porto Alegre | 12 |
13º | Goiânia | 3 |
Goiânia, com apenas 3 km de vias, ficou na última posição, logo à frente de Porto Alegre (12 km), Cuiabá (15 km) e Salvador (19 km). Segundo o estudo, os dados das ciclovias são originários das administrações municipais.
Em números proporcionais, o Rio de Janeiro também ocupa o primeiro lugar no quesito ciclovias. Do total de vias da capital fluminense, 3,17% estão aptas para a circulação de bicicletas. Curitiba aparece em segundo lugar (2,7%), seguida de Florianópolis (2,02%). Na ponta oposta estão Salvador (0,38%), São Paulo (0,39%) e Porto Alegre (0,44%).
Mortes no trânsito
O estudo também analisou os números de mortes no trânsito e constatou que Goiânia é a capital mais violenta, com 51,9 mortos em acidentes a cada 100 mil habitantes por ano. Na sequência, aparecem Recife (42,9) e Cuiabá (37,6). Na outra ponta estão Salvador (7,3 mortos), São Paulo (11,2) e Rio de Janeiro (13,3).
Os dados que respaldaram o estudo são do Mapa da Violência 2012, produzido pelo Instituto Sangari sob encomenda do Ministério da Justiça.
Outros temas
O estudo "Acompanhe a Mobilidade" traz ainda informações sobre ônibus acessíveis, rampas para cadeirantes, calçadas, arborização, existência de placas de ruas e emissão de poluentes por veículos --São Paulo, por exemplo, onde se verifica o maior uso de veículos individuais é também apontada como a cidade onde há mais emissão de gases de efeito estufa (12,6 milhões de toneladas por ano).
Também é possível acompanhar a evolução dos projetos e obras de mobilidade (de ciclovias a metrôs) em cada uma das capitais incluídas no projeto.
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