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Acusado de matar menina em Goiânia é indiciado pela polícia; MP decide se denuncia pai da garota

  • Álbum de família

    Kerolly, 11, foi baleada na cabeça após defender o pai em briga em porta de pizzaria

Lourdes Souza

Do UOL, em Goiânia

10/05/2013 18h42

O comerciante George Araújo de Souza, 24, que atirou e matou a garota Kerolly Alves Lopes, 11, em Aparecida de Goiânia (região metropolitana de Goiânia), foi indiciado por homicídio duplamente qualificado e tentativa de homicídio. O inquérito policial foi concluído pela Polícia Civil e encaminhado para o Poder Judiciário, na quinta-feira, 9. O documento seguirá para o MP (Ministério Público), em Goiás, que poderá indiciar ainda o pai da vítima entre os indiciados.

A delegada Marcella Orçai, da Delegacia de Proteção da Criança e ao Adolescente de Aparecida de Goiânia, não inclui Sinomar Lopes na lista de indiciados. Por expor as filhas ao risco, ele pode responder por homicídio doloso. Mas agora a avaliação caberá ao MP.

A mulher de Souza também responderá pela morte da garota. Segundo a delegada, ela foi indiciada por favorecimento pessoal por colaborar na fuga do marido do local do crime.

A garota baleada ao defender o pai em uma briga na porta de uma pizzaria teve a morte anunciada na manhã desta quarta-feira (8). O enterro aconteceu em cemitério de Aparecida de Goiânia, na quinta-feira (9).

O crime aconteceu no dia 27, por volta das 12 horas, quando Kerolly, que tentou proteger o pai, foi baleada na cabeça e na perna.

Os tiros foram disparados por Souza, proprietário da pizzaria, na Vila Alzira, onde ocorreu uma discussão com o pai da garota. Após ficar dias foragido, o atirador se entregou à polícia na segunda-feira (6) assim que a morte cerebral da garota foi anunciada.

Legítima defesa

Lopes foi à pizzaria reclamar de novo sobre a demora na entrega de uma pizza, numa confusão que havia começado dois meses antes. Souza então sacou a arma e o colocou para fora do lugar.

Imagens de uma câmera de segurança mostram Kerolly e a irmã tentando convencer o pai para sair do local. A garota sai correndo pela rua para chamar por socorro, ouve os tiros e volta. Ao entrar na frente do pai, ela foi baleada. Os tiros atingiram também uma farmácia na mesma rua, sem ferir ninguém.

Um dia após o crime, no domingo (28), Souza foi até a Delegacia de Proteção da Criança e ao Adolescente de Aparecida de Goiânia e entregou os vídeos da câmera de segurança. Em depoimento, ele disse que agiu em legítima defesa. Na ocasião, não foi preso.