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Haddad "corrige" informação de ministra e diz que "reajuste de tarifas já foi feito com desoneração possível"

Bárbara Paludeti

Do UOL, em São Paulo

18/06/2013 21h25Atualizada em 18/06/2013 22h42

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou, em entrevista exclusiva ao UOL por telefone na noite desta terça-feira (18), que "o reajuste da tarifa de ônibus no município já foi feito com base nas desonerações do governo federal" (as passagens passaram de R$ 3 para R$ 3,20 no começo do mês).  "A tarifa em São Paulo já foi reajustada com a desoneração que seria possível. Se levássemos em conta a inflação, o valor ficaria em R$ 3,47", afirmou Haddad.

O prefeito procurou a reportagem do UOL depois de a Agência Brasil --agência de notícias do governo federal-- ter divulgado uma informação de que, segundo a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman, as tarifas em São Paulo poderiam ser reduzidas em até R$ 0,23 com base nas desonerações feitas pelo governo federal. Às 21h59, a Agência Brasil publicou um texto dizendo que a ministra "retificou as informações" sobre o impacto das desonerações.

Segundo a agência, "a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, retificou as informações sobre impacto das desonerações federais na redução ou reajuste menor das tarifas de ônibus". "A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, retificou a informação sobre o impacto de desonerações federais na tarifa de ônibus e disse que não é possível calcular em quanto as prefeituras podem reduzir o preço das passagens a partir das medidas federais", informou a Agência Brasil.

Mais cedo, a ministra havia informado que com as desonerações feitas pelo governo federal, os municípios poderiam fazer reajustes menores ou reduzir o preço das passagens. Na cidade de São Paulo, segundo cálculos do governo federal, as desonerações poderiam diminuir as tarifas em até R$ 0,23. Ao retificar a informação, a ministra Gleisi Hoffmann disse que não é possível garantir que o percentual do qual o governo abriu mão com as desonerações seja repassado integralmente para reduzir o preço das passagens, porque o cálculo da tarifa leva em conta outros custos.

Haddad disse que não se trata de um bom momento para desinformar. "Até eu e minha família podemos sofrer retaliações."

Sobre os protestos de hoje em São Paulo, o prefeito disse que estava "monitorando". Haddad afirmou ao conversar com a reportagem do UOL que havia acabado de sair de uma reunião com a presidente Dilma Rousseff e que só então viu o que estava acontecendo.

Questionado sobre o grupo que tentou invadir a sede prefeitura e que começou a depredar e saquear o comércio na região central durante o sexto protesto contra o aumento da tarifa, o prefeito disse: "Me parece que é uma depredação meio geral, estão saqueando o centro".

Haddad não sinalizou nenhuma nova medida em relação às tarifas de transporte. 

O prefeito negou que a onda de protestos tenha sido o tema principal da reunião com Dilma. "Conversamos sobre o protesto, mas 70% do que falamos foi sobre o PAC", disse o prefeito, sem detalhar o teor das conversas.

A primeira medida federal com impacto na tarifa de ônibus foi a desoneração da folha de pagamento das empresas de transporte coletivo rodoviário, em vigor desde janeiro deste ano. O setor metroviário também será beneficiado a partir de julho. A segunda está na Medida Provisória 617/2013, enviada ao Congresso no dia 31 de maio, que isenta do PIS e da Cofins os serviços de transporte coletivo rodoviário, metroviário e ferroviário.

A passagem de ônibus em São Paulo foi reajustada de R$ 3 para R$ 3,20 no último dia 2. A inflação desde o último aumento nos ônibus da capital, em janeiro de 2011, foi de 15,5%, de acordo com o IPCA (índice oficial, calculado pelo IBGE). No caso do Metrô e dos trens, o último reajuste ocorreu em fevereiro de 2012. Se optassem por repor toda a inflação oficial, a gestão Haddad teria de elevar a tarifa para R$ 3,47 e o governo de Geraldo Alckmin --metrô e trem--, para R$ 3,24.

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