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UOL na JMJ: Rio fez acontecer o encontro dos "black blocks" com a "juventude papa"

Guilherme Balza

Repórter

30/07/2013 06h00

Mal se tornaram conhecidos no Brasil, a partir dos protestos de junho, os "black blocs" (ativistas anarquistas que se cobrem com máscaras e roupas pretas e defendem atos de vandalismo como forma de protesto) já passaram a assustar a população. Se nas manifestações na Europa eles costumam ser numerosos, agir coordenadamente e se apresentarem devidamente paramentados, por aqui parecem atuar na base do improviso.


No protesto da última quarta-feira (24) em Copacabana, durante a acolhida da Jornada Mundial da Juventude, jovens franzinos e até crianças, com os rostos cobertos por máscaras, autointitulados "black blocs", faziam a linha de frente da manifestação, que reuniu não mais que 500 manifestantes de variados perfis. Por onde passavam, os ativistas amedrontavam peregrinos, apesar de a todo tempo tentarem dizer que não iriam fazer mal a ninguém.

Quando o protesto passou pela avenida Princesa Isabel, onde estava montado o palco do evento, fiéis brasileiros e estrangeiros começaram a correr desesperadamente, buscando refúgio onde fosse possível. Os mais assustados rezavam a “Ave Maria” ou o “Pai Nosso” na tentativa de “abençoar” os rebeldes, que buscavam chegar até o local onde ocorria um show da Jornada. Objetivo alcançado: os manifestantes conseguiram interromper o evento logo após ocuparem a área restrita.

A chuva e o frio (e a desorganização) tornaram a Jornada uma penitência para peregrinos e jornalistas. Fazer plantão na porta da residência Assunção, no alto do Sumaré, com a temperatura na casa dos 10°C, ou suportar quatro horas de chuva ininterrupta dentro de um hospital na Tijuca purgaria até os mais impuros.

Os "black blocs" fizeram do protesto de quarta sua peregrinação penitente. Não contentes em parar o show em Copacabana, decidiram marchar, sob chuva e frio, por 13 km até encerrar o ato na Lapa, zona boêmia no centro da cidade.

Funk carioca une Francisco e sósia de papa

Assim como aconteceu com os peregrinos católicos, o mau tempo não pareceu incomodá-los. Ao contrário, durante todo o trajeto, munidos de instrumentos improvisados e da criatividade carioca, entoaram e batucaram uma infinidades de cânticos contra o governador Sérgio Cabral (PMDB), o prefeito Eduardo Paes (PMDB) e o empresário Eike Batista, sem atos de violência.

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