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Polícia ouve professores e parentes de estudante suspeito de matar família em SP; MP acompanhará caso

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

09/08/2013 11h58Atualizada em 09/08/2013 16h13

A Polícia Civil de São Paulo tomou nesta sexta-feira (9) o depoimento de dois professores do colégio Stella Rodrigues, localizado na Freguesia do Ó (zona norte de SP). Eles davam aulas para o estudante Marcelo Bovo Pesseghini, 13, até agora, nas investigações, único suspeito de ter matado os pais, o sargento da Rota (tropa de elite da PM) Luís Marcelo Pesseghini, 40, e a cabo da PM Andréia Bovo Pesseghini, 36, além da avó e de uma tia-avó. O adolescente também morreu.

Os professores depuseram no DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa). Um dos profissionais é a professora que deu aula a Marcelo na última segunda, dia em que ele morreu. O objetivo da polícia é detectar, por esse tipo de testemunha, o perfil do estudante e como era o convívio dele com outros colegas. Dois familiares também foram ouvidos.

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Nessa quinta (8), o Ministério Público do Estado divulgou nota informando que o procurador-geral de Justiça, Márcio Fernando Elias Rosa, designou dois promotores para acompanhar as investigações do caso. Norberto Joia e André Luiz Bogado Cunha, promotores do 2º Tribunal do Júri, serão os representantes do órgão perante as apurações feitas pelo DHPP.

Para o delegado-geral da Polícia Civil paulista, Maurício Blazeck, os depoimentos dos professores, de vizinhos e de outros familiares que serão ouvidos nos próximos dias ajudarão a esclarecer a motivação do crime. O DHPP trabalha com a hipótese de que Marcelo matou a família entre a noite de domingo (4) e a madrugada de segunda (5), foi à escola, na segunda de manhã, e se matou no mesmo dia.

O delegado que chefia as investigações no DHPP, Itagiba Franco, disse que a polícia está em busca de vizinhos que afirmam ter ouvido barulho de tiros na noite em que os crimes aconteceram.

‘Comportamento normal’

A diretora do colégio em que Marcelo estudava, Maristela Rodrigues, disse na última quarta-feira (7) que o comportamento do aluno foi "normal" na escola na segunda de manhã, dia seguinte a ter cometido os crimes, segundo a versão da polícia.

"Participou de todas as atividades propostas e teve o mesmo 'jeitinho carinhoso' com seus professores e funcionários em geral, não apresentou qualquer tipo de comportamento anormal", diz a diretora.

Adolescente sabia dirigir e atirar

Também nessa quinta, um policial militar amigo da cabo Andréia revelou, em depoimento no DHPP, que Marcelo havia aprendido a dirigir com a mãe e a atirar com o pai.

Conforme o delegado Itagiba Franco, o PM trabalhava com a cabo e disse ter visto o sargento da Rota ensinar o próprio filho a atirar, além de ter visto Andréia ensinar o estudante como dirigir o carro dela, um Corsa sedan, encontrado próximo ao colégio de Marcelo na última segunda.

Ainda segundo o delegado, o relato de uma vizinha a emissoras de TV no qual Marcelo é descrito como alguém "extremamente habilidoso" ao dirigir e que "sempre tirava o carro da mãe da garagem da casa" interessou às investigações –é ela uma das quem podem depor hoje.

Até então, a polícia relacionava Marcelo apenas a armas de brinquedo –encontradas em grande quantidade no  quarto dele, juntamente com um colete de papelão que imitava o da Tropa de Choque, além de um coldre de ombro feito de fitas.

O depoimento do PM amigo da policial assassinado reforça a tese da polícia de que o estudante teria sido o autor, uma vez que imagens de câmeras de segurança das proximidades do colégio, diz o delegado, o mostram deixando o veículo pelo lado do motorista por volta das 6h30 de segunda. Na sequência, Marcelo surge de mochila e uniforme escolar em direção ao colégio.