Site do PMDB é hackeado pela segunda vez na semana; "cadê o Amarildo?", diz mensagem
O site do PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro), partido do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e do prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes, foi hackeado pela segunda vez na mesma semana, nesta quinta-feira (15), pelo grupo Anonymous Brasil. A primeira invasão à página da legenda ocorreu na segunda-feira (12).
Em vez de informações sobre a legenda, quando o site é acessado, uma mensagem cobra o reaparecimento do pedreiro Amarildo Dias de Souza, sumido desde o dia 14 de julho. “Sérgio Cabral, cadê o Amarildo?”, diz o texto. A mensagem é a mesma exibida há três dias.
Um texto e um vídeo postados no site pelos manifestantes relatam o desaparecimento do pedreiro. “Em 2012 foram mais de 2.000 desaparecidos só no Rio de Janeiro. O Amarildo representa eles e muito mais. Lutar pelo Amarildo é mostrar que está cansado dessa política inescrupulosa”, continua a mensagem que aparece na página inicial do site do PMDB. “O Rio quer saber onde está o Amarildo! O Brasil quer saber onde está o Amarildo! O Brasil quer saber, senhor governador, para onde a Polícia Militar do Rio de Janeiro levou o Amarildo!”
Amarildo, 43, desapareceu em 14 de julho, quando foi levado por policiais militares de sua casa, na favela, à sede local da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), supostamente "para averiguação".
Na segunda, a assessoria da presidência do PMDB havia informado que o seu departamento de tecnologia investigaria eventuais falhas. O caso seria avaliado e poderia ser levado à Polícia Federal, informou a assessoria.
GPS revela trajeto
A Secretaria de Estado de Segurança Pública admitiu, pela primeira vez, que o carro da Polícia Militar que transportou Amarildo no dia de seu desaparecimento tinha outro dispositivo que permite saber o trajeto feito pelos policiais, além do GPS (Sistema de Posicionamento Global) que estava quebrado.
O sistema de radiocomunicação tem como função secundária fazer o georreferenciamento do veículo. A informação foi divulgada na quarta-feira (14) pelo "Jornal Nacional", da TV Globo, que obteve o itinerário do carro de polícia entre o momento em que Amarildo foi detido e as 24 horas seguintes.
Vídeo de Amarildo saindo de UPP gera dúvidas em investigação
De acordo com nota da Seseg, a extração dos dados do sistema de georreferenciamento "se dá de forma manual e, consequentemente, muito mais lenta". O trabalho para decodificar as informações levou cerca de duas semanas e os dados foram anexados ao inquérito da Divisão de Homicídios.
Segundo a reportagem, Amarildo foi levado para averiguações às 19h22 do dia 14 de julho e em três minutos chegou à sede da UPP no alto da Rocinha. Às 19h37, o carro começa a descer a favela e faz uma parada de quatro minutos numa área movimentada da Rocinha, a Curva do S.
Durante duas horas e 20 minutos o carro rodou pela região portuária, zonas norte e sul da cidade. Uma hora e 12 minutos depois de ter deixado a favela, fez a primeira parada no Batalhão de Choque. Fez nova parada no Hospital da PM e seguiu para o 23º BPM (Leblon). O "Jornal Nacional" informou que o motorista do carro, o soldado Sidnei Felix Cuba, omitiu no depoimento ter passado pela zona portuária, o hospital da PM e Batalhão do Leblon. Ele também não explicou a demora de uma hora e oito minutos entre o Batalhão de Choque e a favela da Rocinha, um trajeto que levaria 20 minutos, num domingo. Os dados serão, agora, analisados por peritos.
Dia dos Pais
A mulher, Elizabeth, e os seis filhos do ajudante de pedreiro compareceram no domingo (11) ao ato de solidariedade, organizado por diversas instituições da sociedade civil em alusão ao Dia dos Pais para cobrar das autoridades um desfecho para o caso Amarildo.
Elizabeth disse que todas as acusações de envolvimento dela e do marido com o tráfico são mentirosas e visam a desviar o foco de atenção das investigações sobre o desaparecimento do marido. "Isso é tudo mentira. Para eles falarem isso, tem que ter prova", declarou, ao comentar o relatório apresentado pelo ex-delegado adjunto da 15ª Delegacia Policial (DP) da Gávea, na zona sul da cidade, Ruchester Marreiros. Nas suas investigações, o delegado indicava o envolvimento do pedreiro e de sua mulher com o tráfico na comunidade. O relatório foi desconsiderado pelo delegado titular da 15ª DP, Orlando Zaccone.
A mulher do pedreiro declarou ainda que, sem imagens, fica fácil falar qualquer coisa. "Estão querendo sair do foco e querendo me envolver." Segundo Elizabeth, a casa onde mora nunca foi usada por traficantes. "Minha casa nunca foi alvo de nada." Ela disse que está com medo da polícia, "porque a gente não sabe o que está no coração deles. Já que estão inventando isso, então para poder fazer alguma coisa de ruindade comigo e com minha família, está custando pouca coisa". (Com Estadão Conteúdo)
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