Polícia faz nova reconstituição do sumiço de Amarildo
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Marcelo Gomes

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Pedreiro Amarildo desaparece após operação policial na favela da Rocinha61 fotos

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8.set.2013 - Reconstituição feita pela Delegacia de Homicídios do caso do desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza, quando foi conduzido por policiais militares de sua casa à sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, no Rio de Janeiro, neste domingo (8). Eles vão refazer o trajeto do carro de polícia que levou Amarildo VEJA MAIS > Imagem: Guito Moreto/Agência O Globo

A Polícia Civil do Rio inicia na noite deste domingo (8) a segunda etapa da reconstituição do sumiço de Amarildo de Souza.

O pedreiro está desaparecido desde a noite de 14 de julho, quando foi conduzido por policiais militares de sua casa, na rua 2, à sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, na localidade conhecida como Portão Vermelho, na parte alta da favela. A expectativa é que a reprodução simulada termine na madrugada desta segunda-feira.

  • Arte UOL

Desta vez, os investigadores da Divisão de Homicídios (DH) refizeram o trajeto da viatura da PM prefixo 54-6014, que levou Amarildo do Centro de Comando e Controle (onde são monitoradas as imagens das câmeras de segurança da Rocinha) à sede da Unidade de Polícia Pacificadora.

No dia do sumiço, Amarildo e os PMs fizeram o caminho da casa do pedreiro até o Centro de Comando e Controle a pé (já que o trajeto inclui várias vielas, onde carros não passam). Realizada na semana passada, a reconstituição dessa parte durou 16 horas.

Além do caminho entre o Centro de Comando de Controle e a sede da UPP, os policiais da DH devem refazer todo o trajeto da viatura entre a noite de 14 de julho e do dia seguinte, inclusive fora da Favela da Rocinha. O roteiro completo foi revelado em 14 de agosto pela TV Globo, que teve acesso aos dados do rastreador via satélite instalado no radiocomunicador do carro da polícia. O carro esteve na zona portuária, no centro e em bairros da zona sul da cidade.

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UOL percorre trajeto feito por carro da PM após sumiço de Amarildo29 fotos

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Antes de desaparecer, Amarildo esteve no Centro de Comando e Controle da UPP Rocinha, localizado na rua 2. Sua mulher, Elizabete Gomes, aguardava do lado de fora, segundo vídeo que mostra os últimos momentos de Amarildo antes do sumiço, no dia 14 de julho. Após deixar o posto da PM e entrar em uma viatura policial, o pedreiro foi levado para averiguação na sede da UPP VEJA MAIS > Imagem: Zulmair Rocha/UOL

"PIOR DIA DA VIDA"

Segundo a sobrinha de Amarildo, Michele Lacerda, a família teve o "pior dia da vida" na noite desta terça-feira (30), com a notícia de que o corpo encontrado por policiais militares em um valão na comunidade não era de Amarildo, mas, sim, de uma mulher

Conforme o jornal "O Estado de S.Paulo" noticiou, entre os locais que os investigadores da DH estiveram na primeira parte da reprodução simulada está a antiga casa do traficante Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, ex-chefe do tráfico da Rocinha. O imóvel, que fica na localidade conhecida como Cachopa, atualmente é utilizado como uma base da UPP.

Relatório do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos (CEDDH) - ao qual o jornal teve acesso - destaca que, no dia 24 de abril, o órgão recebeu denúncias de três moradores da Rocinha dizendo que a antiga casa de Nem era utilizada pelos PMs para "práticas de tortura, como eletrochoques, para conseguir testemunhos de moradores sobre o tráfico de drogas local".

Datado de 29 de agosto, o documento é assinado por Pedro Strozenberg, presidente do CEDDH, e Thais Duarte, da comissão de Segurança Pública do órgão, que é subordinado à secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos.

O advogado João Tancredo, que representa a família de Amarildo, encaminhou o relatório ao Ministério Público, cobrando providências. Pelo menos oito PMs da UPP da Rocinha serão denunciados à Justiça pelo MP-RJ sob acusação de tortura contra moradores.

Durante a reprodução simulada, os policiais da DH também estiveram no bar onde Amarildo foi abordado pelos PMs. O estabelecimento é próximo à casa onde o pedreiro morava. Depois, os policiais civis foram ao Centro de Comando e Controle. Por fim, visitaram a sede da UPP, onde ouviram os depoimentos de 13 PMs que estavam de plantão na noite do sumiço de Amarildo - entre eles, o comandante da UPP, major Edson Santos, foi exonerado do cargo na última sexta-feira (6).

O trajeto entre o bar onde Amarildo foi abordado e a sede da UPP foi refeito três vezes pelos investigadores - um PM participou de cada vez. O objetivo era encontrar contradições em depoimentos anteriores dos PMs.

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