Topo

Manifestantes servem buchada contra bufê milionário do governo do Ceará

Manifestante participa de protesto e come buchada de bode em frente à sede do governo do Ceará - Reprodução @ticianastudart/Instagram
Manifestante participa de protesto e come buchada de bode em frente à sede do governo do Ceará Imagem: Reprodução @ticianastudart/Instagram

Aliny Gama

Do UOL, em Maceió

24/08/2013 20h01Atualizada em 24/08/2013 20h01

Apesar de 2.970 pessoas terem confirmado que iriam participar do movimento “Buchada, sim”, por volta de 70 foram até a frente do Palácio da Abolição, sede do governo do Ceará, em Fortaleza, neste sábado (24). O motivo: comer buchada de bode, carne de panela, baião de dois, paçoca (farinha com carne de charque), além de cuscuz e outros pratos da culinária nordestina.

Ao meio-dia, a mesa repleta de comidas, colocada na calçada do Palácio da Abolição, chamou a atenção de quem passava pelo local, e o trânsito ficou complicado. Segundo a Polícia Militar, que ficou nos arredores do local para evitar depredações, foram bloqueadas as ruas Silva Paulet, Pereira Filgueiras e Tenente Benévolo, ´próximas ao centro administrativo.

Quem aproveitou foram os moradores de áreas vizinhas, como o Campo do América. Houve fila para pegar um prato de comida, pois as pessoas iam passando e parando para pegar um pouco do almoço.

O ato foi um protesto contra a contratação de um bufê pelo governador Cid Gomes (PSB) que custou aos cofres públicos R$ 3,4 milhões. O bufê contém no menu pratos com caviar, scargot, carpaccio de chester, filé de sirigado ao Goulart (peixe nobre típico do Ceará), entre outras comidas exóticas.

Após "farra do caviar", Ceará muda cardápio de recepções

O contrato milionário foi denunciado pelo deputado estadual Heitor Férrer (PDT), na Assembleia Legislativa, cobrando explicações do governo do Estado.

De acordo com a organização do ato, a escolha dos pratos nordestinos servidos à população foi uma forma de satirizar o menu escolhido pelo governo, “que informou que existiam pessoas que não poderiam comer buchada”.

Durante o almoço “Buchada no Palácio”, os manifestantes disseram à imprensa que exigem que o governo do Estado cancele o contrato do bufê e aplique os recursos em áreas de mais necessidade, como ações de combate à seca.

Devido a repercussão negativa do menu do bufê, o governador Cid Gomes se irritou e afirmou que iria cancelar as comidas exóticas como nomes estrangeiros. 

O governo do Estado informou que a contratação do bufê ocorreu após um processo de licitação dentro dos trâmites legais, com a participação de 13 empresas.