Dois são detidos em manifestação contra decisão que veta máscaras em protestos no Rio
Pelo menos duas pessoas foram detidas durante uma manifestação que ocorreu na noite desta terça-feira (3), na Cinelândia, no Centro do Rio de Janeiro. Cerca de 100 pessoas participam do ato, batizado de "baile de máscaras". Por volta das 20h15, manifestantes tentaram invadir o Theatro Municipal, onde acontece uma festa particular, mas foram impedidos por policiais militares que acompanham o protesto.
De acordo com o tenente-coronel Mauro Andrade, comandante do GPPM (Grupamento de Policiamento de Proximidade em Multidões) da PM (Polícia Militar), há 60 policiais do grupamento no local. Os PMs cumprem pela primeira vez a decisão judicial que obriga a identificação criminal de pessoas que estejam usando máscaras durante manifestações públicas no Rio de Janeiro. Com isso, se necessário, o manifestante será levado à delegacia.
A ação da polícia provocou reações dos manifestantes. Um deles, o estudante de direito Hare Brasil, 23, rasgou a Constituição Federal na página do artigo 5º, inciso LV3. "Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa se não em virtude da lei", gritou o universitário. "Inconstitucional", repetiram os outros manifestantes, aos gritos. "Ditadura, sai do armário", acrescentaram.
O tenente-coronel afirmou que os dois manifestantes detidos foram conduzidos para a 17ª DP (Delegacia de Polícia), em São Cristóvão, zona norte do Rio, para identificação criminal. Um deles, segundo Andrade, estava mascarado e mostrou o rosto e um documento de identidade, mas "tinha vários celulares na mochila e não soube explicar a procedência deles". O outro, menor de idade, estava obstruindo a avenida Rio Branco e, de acordo com o policial, causou uma colisão entre um táxi e outro veículo.
Muitos manifestantes usavam máscaras carnavalescas. Ao abordarem os manifestantes e obter suas identificações, os PMs estão preenchendo uma ficha que, segundo Andrade, é um "documento administrativo" da PM para provar à juíza responsável pela decisão que a ordem é cumprida.
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