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Pesquisa em 9 cidades diz que 11% dos alimentos estão impróprios ao consumo

Fábio Pescarini

Do UOL em Jundiaí (SP)

04/09/2013 19h39

Uma pesquisa realizada pela Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) e pelo Nepa (Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação) da Unicamp (Universidade de Campinas), apresentada nesta quarta-feira, apontou que 11% de 150 alimentos pesquisados em nove cidades estão impróprios para o consumo. Houve avaliação em Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo, Florianópolis, Vitória e Guarujá (SP).

De acordo com Manuela Dias, responsável pelo setor nutricional da Proteste, foram avaliadas em restaurantes saladas de folhas cruas. No comércio ambulante de praias, foi feito o levantamento com alimentos como queijo coalho e camarão, entre outros. Já nas ruas, foram pesquisados cachorros-quentes, lanches, salgados e tapioca. 

O teste foi realizado entre os meses de abril e maio. Segundo ela, os restaurantes e vendedores ambulantes não foram informados da pesquisa. “Normalmente a Proteste avisa aos estabelecimentos que serão avaliados, mas esta é uma situação diferente, pois ocorreu uma pesquisa de cenário”, afirmou.

De acordo com os resultados, apresentados em um seminário internacional na Unicamp sobre higiene de alimentos fora de casa, nos alimentos impróprios foram encontrados microrganismos nocivos à saúde, como coliformes fecais, estafilococos e bacillus cereus. Essas bactérias podem ocasionar uma síndrome conhecida como DTA, sigla para Doença Transmitida por Alimento, que provoca diarreia, vômitos, perda do apetite e náuseas.

Segundo o levantamento, 57% dos alimentos analisados estão insatisfatórios. “Eles não chegam a fazer mal à saúde, mas preocupam porque tinham problemas, como falta de higiene." Apenas 32% dos 150 alimentos pesquisados estavam próprios para o consumo.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) irá instituir um selo de qualidade para a classificação dos estabelecimentos que comercializarão alimentos em todas as sedes da Copa do Mundo de 2014. Seis delas já participaram dessa primeira pesquisa - além de Florianópolis, Vitória e Guarujá.

De acordo com Ângela Karinne Fagundes de Castro, gerente de inspeção e controle de riscos em alimentos da Anvisa, a elaboração de um selo de qualidade para restaurantes e ambulantes é um projeto piloto que será trabalhado inicialmente nas cidades-sede da Copa. A iniciativa é semelhante à que existe na Dinamarca.

A fiscalização ficará com a Vigilância Sanitária de cada cidade, e o resultado pontuará o estabelecimento conforme critérios de risco. Essa informação será divulgada pela internet e pelos próprios restaurantes ou ambulantes.