Topo

Transferência de brasileira foi adiada por médico no Peru, diz seguradora

Natália Duffles (esq.) posa para foto ao lado da família. Ela foi internada no Hospital Mac Salud, em Cuzco, no dia 6, com um tumor no cérebro - Reprodução
Natália Duffles (esq.) posa para foto ao lado da família. Ela foi internada no Hospital Mac Salud, em Cuzco, no dia 6, com um tumor no cérebro Imagem: Reprodução

Giuliander Carpes

Do UOL, no Rio

19/09/2013 12h32Atualizada em 19/09/2013 15h27

A AXA Assistance USA, empresa responsável pelo seguro-saúde do cartão de crédito Visa Platinum, afirmou que não foi possível fazer a transferência de Natália Duffles do Peru até o Rio de Janeiro porque o médico que atendeu-a no país andino não autorizou. A arquiteta precisou passar por uma cirurgia de emergência para remoção de parte de um tumor no cérebro devido à demora na remoção em UTI aérea. Operada no último dia 12, a carioca deve retornar ao país entre esta quinta (19) e sexta-feira (20).

A seguradora afirmou em nota que a logística da transferência da arquiteta já estava completamente organizada, mas o médico que lhe assiste no Peru retrocedeu na decisão de autorizá-la a voar com base em sua situação clínica. 

"Esta decisão não teve nenhuma relação com a cobertura dos custos de repatriamento e foi baseada somente na opinião do médico tratante", diz a empresa, afirmando a intenção de assistir Natália no seu retorno ao Brasil assim que ela for liberada pelos médicos peruanos.

A família da arquiteta não ficou convencida com a explicação. Segundo Bárbara Duffles, irmã de Natália, a demora para realizar a transferência foi causada pela própria seguradora, que foi acionada no dia 8 e acabou impedindo que a cirurgia ocorresse no Brasil por causa de entraves burocráticos - exigiu provas de que Natália não sabia do tumor antes da viagem para o Peru.

"Isso que eles [a AXA Assistance USA] estão falando não quer dizer nada. Eles não têm muita justificativa, então ficam dando explicação para ver se cola”, afirma Bárbara.

A empresa explica que a burocracia para realizar a transferência é normal. “Para iniciar um procedimento de repatriamento, nós temos que receber um relatório médico, para que nosso departamento médico possa avaliar a situação clínica do paciente e verificar qual o tipo de transporte adequado para o repatriamento. Após este passo, é necessário obter a concordância do médico que atende a paciente no local da ocorrência. Somente neste momento podemos iniciar a organização efetiva do serviço de repatriamento”, diz a nota.

Assim que chegar ao Rio de Janeiro, em uma UTI aérea custeada pela seguradora, Natália será internada no Instituto Estadual do Cérebro, onde será reavaliada. Durante a briga com a AXA Assistance para transferi-la, a família já havia conseguido uma vaga no hospital, que é público e de referência no assunto.

“Eles vão ter mais gastos agora do que se tivessem autorizado a remoção da minha irmã antes da cirurgia. Agora eles vão ter que pagar todas as despesas médicas dela lá e ainda trazer ela pra cá. Antes era só trazer que a operação seria feita no Instituto do Cérebro, e a Natália ficaria ao lado da família todo o tempo", afirmou a irmã.