Topo

Cabral diz que investirá em investigação e reciclagem para coibir violência em UPPs

Juliana Dal Piva

Do UOL, no Rio de Janeiro

06/10/2013 13h40

Questionado sobre medidas para coibir novos , o governador do Rio, Sérgio Cabral, anunciou neste domingo (6), após a operação de ocupação do Complexo do Lins, que fará investimentos na área de investigação e formação psicológica dos policiais. A medida visa coibir novos casos de violência, como o do desaparecimento do pedreiro Amarildo, em UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora). Serão 1.200 novos policiais civis e 150 delegados até o fim de 2013.

"Isso vai ser um grande reforço na área de investigação, na Baixada Fluminense onde há muito tráfico ostensivo, grupos de extermínio", disse Cabral

A Baixada Fluminense lidera o ranking de assassinatos no Rio de Janeiro, de acordo com dados do Instituto de Segurança Pública do Rio. Só entre janeiro e fevereiro deste ano, a região registrou 259 homicídios, um aumento de cerca de 35% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram notificados 194 casos. A região tem hoje quase 40 crimes deste tipo para cada grupo de 100.000 habitantes, o dobro da média brasileira.

O governador também informou que está em processo de licitação a Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo no mesmo conceito da que existe na capital carioca. Foi lá que a juíza Patricia Acioly foi assassinada em 2011, justamente ao julgar casos de policiais militares envolvidos em falsos autos de resistência.

Ele informou que tanto os novos quanto os policiais que já atuam nas UPPs passarão por um processo de reciclagem com um grupo de professores e instrutores com um currículo voltado para a cidadania e polícia de proximidade.

"São 8.600 policiais militares nas UPPs e esses policiais (envolvidos no desaparecimento do ajudante de pedreiro) não representam a esmagadora maioria dessa garotada que está nas UPPs", disse. Na sexta-feira, 10 policiais da UPP da Rocinha foram presos acusados pelo desaparecimento de Amarildo, entre eles o ex-comandante da unidade, o major Edson Santos. Eles teriam torturado 22 pessoas.