Corregedoria da Civil investigará delegado e policial que prendeu ator
A Corregedoria da Polícia Civil vai investigar se houve irregularidade na prisão do ator Vinicius Romão no último dia 10, depois que a vítima, que teve sua bolsa roubada, reconheceu o rapaz.
Segundo informações da Polícia Civil, serão avaliadas as condutas do policial civil Waldemiro Antunes de Freitas Junior (da 11ª DP), que fez a abordagem e levou o ator à delegacia, e do delegado plantonista William Lourenço Bezerra, que registrou o flagrante.
Na terça-feira (25), o juiz Rudi Baldi deicidiu pela liberdade provisória de Romão. Ele deve ser solto nesta quarta (26). Conforme a sentença divulgada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Romão não apresenta o perfil corriqueiro de autores de crime dessa espécie. "É uma pessoa que trabalha, estuda e tem endereço fixo, além de não possuir antecedentes criminais".
No entanto, o caso ainda não foi finalizado. "São necessários alguns esclarecimentos nas declarações prestadas, e suas condições pessoais não demonstram que seu retorno à liberdade comprometa a ordem pública, dificulte a aplicação da lei penal, ou seja, inconveniente para a instrução criminal, ao menos por ora".
De acordo com o delegado Niandro Lima, titular da 25ª DP (Engenho Novo), a vítima foi ouvida novamente e alegou ter se confundido na hora do reconhecimento.
A repercussão do caso, segundo membros do movimento negro, contribuiu para que o ator não ficasse mais tempo preso. Para a colaboradora do Núcleo de Consciência Negra da Universidade de São Paulo (USP) Maria José Menezes, a prisão de Vinícius não foi por engano. "Negro sempre é vilão até provar que não", afirma, citando trecho de música.
Para Maria José, o caso não é fato isolado. "É uma política do Estado. O policial tem visão que negros e/ou periféricos são suspeitos ou culpados por algo. Isso é cotidiano e naturalizado pela sociedade", diz.
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