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MPF faz acordo com herdeiro de Chico Xavier para preservar acervo do médium

Chico Xavier, em foto de 1999 - 18.jul.1999 - Flávio Florido/Folhapress
Chico Xavier, em foto de 1999 Imagem: 18.jul.1999 - Flávio Florido/Folhapress

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

26/02/2014 17h06

O MPF (Ministério Público Federal) anunciou ter celebrado nesta terça-feira (25) acordo em uma ação civil pública com Eurípedes Humberto Higino dos Reis, filho adotivo e herdeiro de Chico Xavier. O órgão pede que o acervo deixado pelo médium, morto em 2002, no museu particular Casa de Chico Xavier, situado na cidade de Uberaba (472 km de Belo Horizonte), seja catalogado.

De acordo com nota do MPF, Reis obrigou-se “a proceder ao inventário cultural e à organização de todo o patrimônio cultural, material e imaterial, relacionado ao médium Francisco Cândido Xavier, bem como a definir e executar as medidas de preservação e controle para proteção e salvaguarda de cada bem isoladamente ou em conjunto”.

Segundo o órgão, o herdeiro de Chico Xavier deverá contratar equipes técnicas que, por sua vez, serão capacitadas pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Ficará a cargo do Iphan e do Iepha (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico), além da Fundação Cultural de Uberaba, a supervisão dos trabalhos, que deverão ser iniciados em 60 dias, com duração de 20 meses. Esses órgãos deverão ainda validar os produtos e resultados dos trabalhos.

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O MPF informou que uma visita técnica feita ao local teria comprovado a necessidade de identificação e catalogação de todos os itens pertencentes ao museu. No local estão expostos, entre outros objetos, livros, esculturas, imagens sacras, mobiliário e fotografias. Também estão no recinto roupas e documentos deixados pelo médium. O MPF afirma ter detectado risco de deterioração ou até de extravio dos bens.

Visita técnica feita por especialistas do Ibram (Instituto Brasileiro de Museus) detectou que os bens não possuíam nenhum tipo de instrumento de registro, controle e segurança. “À exceção dos livros psicografados, que apresentavam etiquetas, não havia nenhuma outra identificação dos demais itens expostos”, afirmou nota do órgão.

Conforme o MPF, o acordo foi enviado ao juízo da 1ª Vara Federal, na qual tramita a ação, e aguarda a homologação judicial.

O herdeiro de Chico Xavier disse ao UOL que, apesar de ter acatado a determinação do MPF, discordou da possibilidade de que os objetos possam sofrer danos ou serem furtados.

“O maior interessado na preservação [do local] sou eu. Nunca recebi nenhuma verba do governo municipal, estadual ou federal para manter o museu. Sempre fiz com meus próprios recursos”, disse Reis. Segundo ele, o local é aberto à visitação pública com entrada gratuita. “Nós nunca pedimos nada para ninguém”, declarou.

Reis afirmou que os advogados que o representam na ação serão encarregados de contratar os profissionais.