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Garis recebem escolta da Guarda Municipal e do Batalhão de Choque no Rio

Do UOL, no Rio*

06/03/2014 09h35Atualizada em 06/03/2014 12h17

Os garis do Rio de Janeiro que não aderiram à greve da categoria começaram a trabalhar com escolta da Guarda Municipal  e do Batalhão de Choque da Polícia Militar na madrugada desta quinta-feira (6), mas as ruas ainda estão cheias de sujeira. A paralisação começou em pleno Carnaval e deixou montanhas de lixo espalhadas pelas vias da capital fluminense.

Em Botafogo, os caminhões da Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana) foram escoltados por carros da Guarda Municipal durante toda a madrugada. Já na avenida Presidente Vargas, no Centro, homens do Batalhão de Choque fortemente armados acompanhavam o trabalho dos garis em uma das regiões mais prejudicadas pela greve.

Os cerca de 200 garis que se reuniram na manhã desta quinta na frente da Comlurb decidiram por manter a greve da categoria, que teve início no último sábado (1º).

Na quarta (5), o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), anunciou que suspenderá as cerca de 300 demissões de garis se os trabalhadores voltarem ao trabalho nesta quinta-feira. A decisão foi tomada após um apelo do defensor público geral do Estado, Nilson Bruno Filho, que se reuniu à tarde com representantes dos garis e, à noite, com o prefeito. As demissões foram anunciadas na terça.

Paes informou também que todos os 300 caminhões da Comlurb iriam trabalhar escoltados por equipes de segurança privada. “Todos os garis que se apresentarem, nós vamos cancelar as demissões e depois eles vão compensar os dias parados. Todos, inclusive as lideranças. Não vai haver retaliações”, afirmou Paes, em entrevista coletiva na sede da prefeitura, ao lado do defensor público e do presidente da Comlurb, Vinícius Roriz.

Carnaval e greve de garis deixam rastro de lixo

Paes considerou estranho que um grupo de funcionários tenha condições de se organizar e chegou a sugerir que havia algum tipo de interesse político por trás do movimento. O prefeito reconheceu que as cenas com "montanhas de lixo" nas ruas não foram boas para a imagem da cidade, principalmente em um período de alta temporada turística. Ele ressaltou que já concedeu 50% de ganhos reais aos garis, desde o início de sua gestão, e disse que, se pudesse, concederia maiores ganhos salariais à categoria.

Os garis exigem aumento salarial, pagamento de horas extras e reajuste do auxílio refeição, entre outras reivindicações. Pelo acordo coletivo anunciado na segunda-feira, os garis terão 9% de aumento salarial (o piso passará para R$ 874,79), mais 40% de adicional de insalubridade. Segundo a Comlurb, com isso, o vencimento inicial passará a ser de R$ 1.224,70. Além do aumento salarial, o acordo garantiu mais 1,68% dentro do Plano de Cargos, Carreiras e Salários, com progressão horizontal. Os garis, no entanto, consideram a proposta insatisfatória. (Com Band News)

*Colaborou Gustavo Maia