Segurança do teleférico do Alemão é um dos presos em operação no Rio

Um dos sete presos na operação da Polícia Civil no complexo de favelas do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, na manhã desta segunda-feira (10), é um segurança privado que atuava no teleférico da comunidade. “Esse funcionário do teleférico dava notícias da movimentação de policiais civis e militares no Complexo do Alemão. Ele é um morador da Nova Brasília, se dava com todos esses traficantes e passava informação para eles”, disse o delegado do Alemão, Felipe Curi.

Entre os procurados na operação desta segunda, está Igor Cristiano Santos de Freitas, 26, acusado de matar o cabo Rodrigo Paes Leme com um tiro de fuzil no peito quando fazia patrulha na Favela Nova Brasília na última quinta-feira (6).

Leme foi o terceiro policial militar morto no Alemão em 2014. No mês passado, a policial militar Alda Rafael Castilho morreu no Parque Proletário, na Vila Cruzeiro, numa troca de tiros com traficantes. Outro PM e um casal de moradores da favela ficaram feridos.

Segundo Curi, a Delegacia do Alemão está fazendo um mapeamento dos lugares controlados por criminosos armados dentro do conjunto de favelas. Um dos pontos já identificados é a localidade onde o soldado Leme foi alvejado durante uma patrulha. Um adolescente que foi apreendido hoje já havia participado de outros tiroteios nessa mesma área.

A venda de drogas no Complexo do Alemão é controlada, de acordo com o delegado, por homem que tem, contra ele, mandado de prisão expedido pela Justiça. Ele está foragido.

O comandante-geral das unidades de Polícia Pacificadora, coronel Frederico Caldas, disse que a polícia está encontrando dificuldades em atuar em quatro comunidades do Rio de Janeiro: os complexos da Penha e do Alemão, o conjunto de favelas do São Carlos, na região central da cidade, e os morros da Rocinha e do Pavão-Pavãozinho, na zona sul da cidade.

O Complexo do Alemão conta com a presença de UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) há pouco mais de três anos. O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, afirmou em entrevista ao jornal "O Globo" que não descarta uma nova ofensiva na área, com o apoio das Forças Armadas e da Polícia Federal. Seiscentos homens estariam disponíveis.