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Torre de moinho desaba e deixa 5 feridos em Maceió; moradores são retirados

Carlos Madeiro

Do UOL, em Maceió

07/04/2014 17h28Atualizada em 08/04/2014 07h27

Um silo lotado de trigo do moinho Motrisa desabou por volta das 15h30 desta segunda-feira (7), na avenida Comendador Leão, no bairro do Poço, em Maceió. Segundo informações oficiais, cinco pessoas ficaram feridas, um delas em estado gravíssimo: Jonas Natanael Feitosa, 17, que está internado no Hospital Geral do Estado, para onde foram levadas as vítimas. 

Mais de 10 ambulâncias chegaram a ser acionadas e ficaram de prontidão durante parte da noite desta segunda-feira, mas não há mais indicações de pessoas soterradas. Por isso mesmo, o trabalho de buscas foi suspenso e será retomado às 8h desta terça-feira.

“Foi como um trovão”, diz testemunha de desabamento em Maceió

Por conta do acidente, o prédio, que ocupa um grande quarteirão, foi interditado pela Defesa Civil, já que outros dois silos estão com material armazenado. A energia elétrica foi cortada na região do desabamento, porque fios foram arrancados na queda. A previsão é de que seja restabelecida apenas nesta terça-feira (8). As buscas são auxiliadas por refletores alimentados por um gerador.

Imóveis no entorno serão vistoriados após a retirada dos escombros, mas os moradores foram removidos do local por precaução. Uma vila que fica ao lado da fábrica, com 26 casas, foi inteiramente desocupada. Os moradores foram levados para um hotel. A vila está interditada por tempo indeterminado.

Segundo o coronel do Corpo de Bombeiros, André Madeiro, a avenida foi tomada por uma montanha de ao menos cinco metros de altura de trigo, que se espalhou por cerca de 500 metros da fábrica.

No desabamento, carros foram arrastados pelo trigo. Três foram resgatados até as 22h. Cem homens dos Bombeiros foram acionados e foram ao local. Bombeiros civis, médicos e voluntários também ajudaram na operação.

Quatro retroescavadeiras trabalham na retirada dos grãos.

A avenida Comendador Leão liga a bairro da Mangabeiras ao bairro histórico da Jaraguá e é uma das principais avenidas da parte baixa da capital alagoana.

Testemunhas

Isabel Silva Oliveira, recepcionista de um escritório de arquitetura ao lado do moinho que desabou, disse que ouviu um estrondo antes de o silo desabar."Tremeu tudo. Saímos correndo e só vimos fumaça. Foi tudo muito rápido. Parecia um incêndio", afirmou.

Imagens mostram moinho após acidente

Já Adelmo Pereira, corretor de imóveis, afirmou que estava de costas quando um amigo o alertou do acidentes. "Parecia o 11 de setembro. Quando olhei para trás, só vi poeira e pessoas correndo."

Outra testemunha, que pediu para não ser identificada, passou mal após o acidente. "Durou em torno de 10 segundos. Só deu tempo para alertar as minhas amigas", disse ela, que trabalhava em um posto de combustíveis que fica em frente ao moinho.

Apesar de moradores afirmarem que o prédio apresentava rachaduras, a coordenadoria de Defesa Civil de Maceió afirma que não havia registro de nenhum tipo de problema com a estrutura do prédio. O local, porém, deve passar por uma vistoria após o resto do trigo que ocupa outros dois silos seja retirado. A operação de retirada só começará quando a energia retornar e deve durar pelo menos dois dias.

Outro lado

A empresa Moinhos de Trigo Indígena S.A. (Motrisa) informou, por meio de nota, "que estão sendo tomadas todas as providências no sentido de levantar as possíveis causas do acidente que ocasionou o sinistro no silo de armazenamento de trigo".

"Neste momento todos os esforços e prioridade da empresa são no sentido de prestar auxílio às possíveis vítimas e respectivas famílias." Segundo a empresa, "tão logo sejam apuradas novas informações e detalhes do ocorrido", a imprensa será convocada e os esclarecimentos serão dados à sociedade.