Sem ônibus, sete terminais encerram operação antes da hora em SP
Sete terminais de ônibus da capital paulista encerraram as operações na noite desta quarta-feira (21) depois que coletivos foram recolhidos às garagens em meio às manifestações de grevistas. São eles: Grajaú, Campo Limpo, Varginha, Parelheiros, Santo Amaro, Jardim Ângela, Sacomã (todos na zona sul) e Mercado (centro).
Na noite de hoje, os grevistas anunciaram que fizeram um acordo com o Sindicato dos Motoristas e Cobradores e com o Ministério do Trabalho e que retornam ao trabalho a partir de 4h desta quinta-feira.
Os sete terminais foram alvo de manifestações, ao longo do dia, de motoristas e cobradores em greve. Segundo a SPTrans, empresa responsável pelo transporte coletivo municipal, o único terminal que ainda sofre bloqueio dos manifestantes é o da Lapa, na zona oeste.
Também foram alvo de bloqueios os terminais Parque Dom Pedro 2º, Princesa Isabel (centro), Capelinha, Guarapiranga, João Dias, Santo Amaro (zona sul), A.E. Carvalho, Aricanduva (zona leste), Santana, Jardim Britânia, Casa Verde, Pirituba, Vila Nova Cachoeirinha (zona norte) Pinheiros e Barra Funda (zona oeste). Todos estão operando, segundo a SPTrans.
Após um dia de caos no trânsito e no transporte público de São Paulo, a quarta-feira (21) começou problemática para quem precisa de ônibus para ir trabalhar. Pelo menos cinco empresas mantiveram a paralisação iniciada ontem. O secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, suspendeu o rodízio às 12h.
O presidente do Sindmotoristas (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano), José Valdevan, conhecido como Noventa, estima que cerca de 1.200 ônibus (8% da frota total da cidade) ficaram parados nesta manhã. Segundo ele, a paralisação não tem previsão para terminar e é realizada por opositores do sindicato. A SPTrans não confirma o número de ônibus parados.
Ontem, o prefeito Fernando Haddad (PT) disse que a paralisação foi inesperada e comparou o movimento à atuação de uma guerrilha.
Hoje, veículos das companhias Gato Preto, Santa Brigida, Sambaíba, Via Sul (todas nas zonas norte, noroeste e oeste) e VIP (na zona sul) não deixaram as garagens. Ônibus da viação Campo Belo, que havia aderido ao movimento, voltaram a circular às 5h40, de acordo com a SPTrans.
As avenidas Eusébio Matoso, Rebouças e Pirajussara, e a rua Butantã, todas na zona oeste, e a avenida Inajar de Souza, na zona norte, e a estrada do M'Boi Mirim, na região sul, também ficaram parcialmente fechadas, mas já foram liberadas. O corredor de ônibus da avenida Cupecê, na zona sul, chegou a ser bloqueado nos dois sentidos por coletivos da Viação Tupi..
Na Grande São Paulo, as companhias Pirajussara, na região de Embu, e Viação Osasco, que atende a região de Osasco, também paraaram. A EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo), afirmou que com isso 64 linhas deixaram de circular, afetando cerca de 250 mil pessoas.
A EMTU afirmou ainda que vários ônibus que passaram pela avenida Deputado Emílio Carlos, em Carapicuíba, que esteve parcialmente bloqueada, tiveram suas chaves furtadas pelos grevistas.
Reivindicações
Os motoristas e cobradores que têm participado das paralisações pertencem a uma dissidência da atual direção do Sindimotoristas --que representa a categoria na capital paulista-- que, até agora, preferiu manter-se no anonimato.
O pouco que se sabe do grupo dissidente é que eles exigem um reajuste maior do que os 10% propostos pelas empresas de ônibus e aprovados na última segunda-feira (19) em assembleia da categoria que reuniu milhares de trabalhadores.
Segundo José Valdevan, o Noventa, presidente do Sindimotoristas, a categoria abriu negociação com as empresas exigindo 13% de reajuste. Inicialmente, o SP Urbanuus, sindicato patronal das empresas de ônibus, ofereceu 5,2% de reajuste, equivalente à inflação do último ano. Diante da recusa dos trabalhadores, o sindicato patronal subiu a proposta de reajuste para os 10%.
Também foi oferecido aumento de R$ 1,20 no vale-refeição diário, que passou de R$ 15,30 para R$ 16,50, além de uma parcela fixa anual de R$ 850, referente à participação nos lucros e resultados (PLR). O acordo também prevê o reconhecimento de insalubridade, que permitirá aos motoristas e cobradores se aposentar com 25 anos de trabalho (atualmente o tempo de serviço é de 35 anos para homens e 25 para mulheres).
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