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Haddad compara paralisação de ônibus em SP a guerrilha

Do UOL, em São Paulo

20/05/2014 18h47Atualizada em 21/05/2014 00h07

O prefeito Fernando Haddad (PT) comparou a paralisação inesperada de motoristas e cobradores de ônibus em São Paulo, nesta terça-feira (20), à atuação de uma guerrilha. Centenas de ônibus pararam na  capital paulista, atrapalharam o retorno dos paulistanos para a casa e provocaram um congestionamento que chegou aos 261 km às 19h, recorde no ano. Segundo a prefeitura, 15 terminais de ônibus foram fechados e ao menos 230 mil pessoas foram afetadas. 

“É uma guerrilha inadmissível na cidade de São Paulo. Como você entra no ônibus e manda o passageiro descer? Coloca o ônibus na transversal e joga a chave fora”, disse ele em entrevista ao jornalista José Luiz Datena, da Band. “É um absurdo, como um sindicato fecha o acordo e uma minoria age na cidade desta maneira?”.

Anônimos, dissidentes que paralisaram ônibus querem reajuste maior

Os motoristas e cobradores que paralisaram centenas de linhas de ônibus e fecharam 15 terminais em São Paulo na terça-feira (20) pertencem a uma dissidência da atual direção do Sindimotoristas --que representa a categoria na capital paulista-- que, até agora, preferiu manter-se no anonimato.

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O pouco que se sabe do grupo dissidente é que eles exigem um reajuste maior do que os 10% propostos pelas empresas de ônibus e aprovados ontem (19) em assembleia da categoria que reuniu milhares de trabalhadores.

O motorista Denilson Roberto, que participou das paralisações, disse que os dissidentes querem reajuste de 20%. "O aumento foi muito pouco. VR muito pouco. Prometeram 20% [de reajuste], mas só deram 10%. Se a gente fizer essa manifestação, a gente não vai para lugar nenhum", disse.

Segundo José Valdevan, o Noventa, presidente do Sindimotoristas, a categoria abriu negociação com as empresas exigindo 13% de reajuste. Inicialmente, o SP Urbanuus, sindicato que congrega as empresas de ônibus, ofereceu 5,2% de reajuste, equivalente à inflação do último ano. Diante da recusa dos trabalhadores, o sindicato patronal subiu a a proposta de reajuste os 10%.

O sindicalista afirmou ainda não saber quem é o "grande mentor" da paralisação, mas disse acreditar que os líderes da dissidência trabalham nas viações Sambaíba, Gato Preto e Santa Brígida. Valdevan disse que há entre os dissidentes motoristas e cobradores que participaram da gestão anterior, à qual a atual direção fez oposição, e alguns do grupo que atualmente comanda o sindicato. "Alguém está por trás para desgastar a gente."

Paralisações fizeram com que a Prefeitura suspendesse o rodízio

A CET chegou a suspender o rodízio de carros e a PUC-SP, as aulas. Mais de 280 linhas foram afetadas, o que representa cerca de 20% do total de linhas que circulam na capital (cerca de 1.300). Segundo a SP Trans, foram fechados os terminais Bandeira, Princesa Isabel, Amaral Gurgel, Parque Dom Pedro e Mercado (centro), Pinheiros, Lapa, Barra Funda, Butantã (zona oeste), Casa Verde, Pirituba, Santana, Cachoeirinha (zona norte), Varginha e Sacomã (zona sul).

Passageiros reclamaram da falta de ônibus em diversos pontos da cidade. Os motoristas iniciaram a paralisação no largo Paissandu, no centro de São Paulo, por volta das 9h50. Ruas e avenidas importantes das zonas oeste, sul e do centro foram fechadas pelos manifestantes.

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"Greve é isso mesmo produção. Andar a pé para chegar ao trabalho e chegar atrasada é o fim. Andar a pé para chegar em casa é o fim", disse Caroline Garcia.

Alguns internautas, como Daniela de Jesus, fotografaram as fileiras de ônibus estacionados na cidade.

"[Avenida] Francisco Morato com os ônibus todos parados. Triste e revoltante ", escreveu.

A mobilização é feita por motoristas e cobradores das viações Santa Brígida, Gato Preto, Sambaíba, Via Sul e Vip. Eles são contrários à proposta de reajuste salarial acolhida pela maioria da categoria em assembleia nessa segunda-feira (19) no Sindimotoristas, sindicato que representa os cobradores e condutores da capital paulista.

Trânsito bateu recorde do ano às 19h

Os motoristas enfrentaram trânsito recorde em São Paulo, nesta terça-feira (20), dia em que uma paralisação inesperada de ônibus iniciada por motoristas e cobradores tumultuou a capital paulista. Às 19h, a capital registrava 261 km de engarrafamento, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).

A média para o horário fica entre 105 km e 139 km. O recorde anterior foi registrado há pouco mais de um mês, na véspera do feriadão de Páscoa e Tiradentes: 258 km, em 17 de abril deste ano, às 17h30. O maior trânsito já registrado em São Paulo é de 309km, no dia 14 de novembro de 2013, às 18h.

Às 19h30, o congestionamento havia diminuído e atingido 245 km - a média para o horário fica entre 85 km  e 123 km.

Na região de Pinheiros, na avenida Faria Lima, sete ônibus fecharam totalmente a pista sentido oeste, na altura da rua dos Pinheiros, provocando lentidão na via. No largo da Batata e na rua Teodoro Sampaio, uma longa de fila de ônibus ocupa as faixas da direita.

O secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tattto, disse em entrevista à TV Band, que cerca de 230 mil pessoas foram afetadas pela paralisação. As zonas mais afetadas foram oeste e centro, segundo ele.

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