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RJ: Homem sofre infarto e morre em frente a hospital cardiológico em greve

Mariana Menezes

Do UOL, no Rio

02/06/2014 19h37

Um homem de aproximadamente 70 anos morreu na tarde desta segunda-feira (2) após sofrer um infarto dentro de um ônibus que passava em frente ao INC (Instituto Nacional de Cardiologia), na zona Sul do Rio, hospital público que não tem atendimento de emergência e está em greve.

O idoso, que fazia a viagem em um ônibus da linha 422 (Grajaú-Cosme Velho) quando passou mal, ainda não foi identificado.

Ao ser alertado por passageiros sobre o homem que passava mal, Amarildo Gomes, motorista do ônibus, parou o veículo em frente ao INC e foi orientado pelos funcionários do hospital a ligar para o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

Uma equipe do Samu que fazia o transporte de outro passageiro para o INC prestou os primeiros socorros ao homem, que não respondeu às tentativas de reanimação e faleceu.

Em nota, o Corpo de Bombeiros do Rio --que opera os serviços do Samu no Estado--, afirmou que os oficiais realizaram todos os procedimentos para reanimar a vítima por cerca de 50 minutos e que vai apurar internamente as circunstâncias do atendimento.

Segundo a Transurb, empresa que opera a linha 422, o motorista foi levado a delegacia para prestar depoimento e já foi liberado.

O INC afirmou, também por meio de nota, que que não houve tempo necessário para prestar socorro ao homem e que, apesar de não estar credenciado a atender emergências, o instituto deixou a postos uma equipe de médicos e um leito para o atendimento para esse caso.

O hospital ainda explicou que o homem não pode ser retirado do ônibus pois o movimento dificultaria a reanimação.

O corpo já encontra-se no IML (Instituto Médico Legal) para identificação e confirmação das causas da morte.

Grevistas dizem que movimento não tem "objetivo de prejudicar a população"

Cristiane Gerardo, diretora do Sindsprev (Sindicato dos Trabalhadores Públicos Federais em Saúde e Previdência Social) do Rio de Janeiro, explica que a greve não tem o objetivo de prejudicar a população.

“O nosso objetivo é expressar e conscientizar a população sobre as nossa causa do que propriamente interromper o serviço”, explica a diretora.

Todos os pacientes que se dirigem ao INC são informados de que o hospital está em greve.

Na pauta de reivindicações dos grevistas estão realização de concursos públicos para novos profissionais da saúde, protesto contra a privatização do instituto, melhores condições de trabalho e atendimento, manutenção da jornada de 30 horas semanais e implementação da tabela salarial aprovada em 2012 pelo então ministro da Saúde, Alexandre Padilha.