Água do Sistema Cantareira pode acabar em até 50 dias
A água do volume morto do Sistema Cantareira, que abastece um terço da população da Grande São Paulo (6,5 milhões de pessoas), pode acabar em até 50 dias, segundo cálculos feitos por Antônio Carlos Zuffo, professor do Departamento de Recursos Hídricos da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Segundo Zuffo, se não chover nos próximos dias e a taxa de consumo for mantida, a água que resta no sistema deve terminar entre os dias 7 e 12 de novembro.
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- http://noticias.uol.com.br/enquetes/2014/08/07/diante-da-crise-hidrica-voce-acha-que-deve-haver-racionamento-de-agua-em-sao-paulo.js
Nesta terça-feira (23), o índice do Cantareira caiu para 7,8%, o menor da história. De acordo com o professor, o nível do sistema tem diminuído em média 0,16 ponto percentual por dia.
Apontado como medida capaz de evitar o racionamento de água na Grande São Paulo, o volume morto --água que fica no fundo das represas-- do Cantareira injetou em maio deste ano mais de 180 bilhões de litros no sistema. Passados pouco mais de quatro meses, porém, essa quantidade já foi consumida.
A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) informa que obras para a captação de uma segunda cota do volume morto do Cantareira foram autorizadas pelos órgãos reguladores e já estão prontas. A empresa reafirmou ontem (22) que o abastecimento está garantido até março de 2015.
"Esta segunda reserva tem mais 106 bilhões de litros [de água], que representam 10,7 pontos percentuais do volume total do sistema. Se for necessária, sua eventual utilização será feita com a devida autorização", afirma a companhia em nota.
O professor da Unicamp estima ainda que a água do Alto Tietê, responsável pelo abastecimento de 4,5 milhões de pessoas na Grande São Paulo, pode acabar entre 2 e 4 de dezembro. O índice do sistema está hoje em 12,4%. A Sabesp também tem planos de utilizar a reserva técnica do Alto Tietê, mas ainda não há previsão.
Chuva
O período de chuvas chega com a primavera, que começou hoje. Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) deve chover a partir de amanhã (24) no Estado de São Paulo.
Mas Zuffo acredita que a chuva não será suficiente para recuperar o Cantareira porque deve ficar abaixo da média histórica. "[A chuva] é um fenômeno natural e cíclico. Como entre a década de 1970 e a de 2012 a precipitação ficou entre 20% e 30% acima da média, agora acredito que vamos entrar em um período de precipitação mais baixa", explica.
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