Topo

"É coisa de vagabundo", diz Paes sobre invasão do Minha Casa Minha Vida

Homens armados circulam pelo conjunto habitacional do Minha Casa Minha Vida em Guadalupe, na zona norte do Rio - Reprodução/TV Globo
Homens armados circulam pelo conjunto habitacional do Minha Casa Minha Vida em Guadalupe, na zona norte do Rio Imagem: Reprodução/TV Globo

Do UOL, no Rio

12/11/2014 13h23

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), afirmou nesta quarta-feira (12) que a prefeitura não pretende ajudar a realocar os moradores que invadiram junto com traficantes no domingo (9) um conjunto habitacional do programa Minha Casa Minha Vida em Guadalupe, na zona norte do Rio. Os 11 edifícios já estavam prontos e seriam entregues em dois meses para 240 famílias inscritas no programa e já sorteadas com renda de até três salários mínimos.

"Aquilo dali é coisa de malandro, vagabundo, tem que retirar e acabou a história”, afirmou o prefeito, ao se referir as cerca de 200 pessoas que tomaram o conjunto. “Não vamos cadastrar ninguém. O programa Minha Casa, Minha Vida é para pessoas humildes, que se cadastram, esperam pacientemente a sua vez para ter uma casa própria. O que não pode é malandro travestido de pobre, traficante travestido de pobre querer ocupar esse espaço", disse.

Policiais militares monitoram a situação na região do conjunto habitacional desde a manhã de segunda (10). Um inquérito foi aberto pela Polícia Civil par apurar a liderança de criminosos armados durante a ocupação.

A PM informou, em nota, que ainda não há ordem para reintegração de posse e que só poderá atuar contra os homens armados que estariam no local quando não houver mais risco para as famílias no terreno. O comandante do 41º Batalhão (Irajá) esteve ontem no local, juntamente com representantes da prefeitura, para tentar uma negociação.

O engenheiro responsável pela obra e o vigilante do local foram intimados pela polícia a depor. Segundo o delegado Ricardo de Albuquerque, da 31ª DP (Guadalupe), as investigações ainda estão em andamento e o presidente da associação de moradores também deve ser ouvido.

Em nota, a Caixa Econômica, responsável pelo financiamento dos imóveis, informou que solicitou a reintegração de posse do conjunto a fim de "garantir o direito dos beneficiários selecionados, de acordo com o programa".

A Caixa informou ainda que acionou o Ministério da Justiça para que seja feito algo para evitar ações de bandidos nos programas habitacionais do Governo Federal. Segundo o banco, a responsabilidade pela segurança do conjunto é da construtora, as obras do condomínio já estão concluídas e receberam o habite-se da prefeitura.